Lula muda equipe só no fim do ano

Brasília – Num jantar descontraído que reuniu os dois mais poderosos ministros da República – José Dirceu (Casa Civil) e Antônio Palocci (Fazenda) – na noite de quinta-feira, a reforma ministerial despertou curiosidades. Nas conversas, o ministro dos Transportes, Anderson Adauto, foi rifado, e o da Educação, Cristóvam Buarque, poupado.

O bate-papo estendeu-se até por volta das 2h, na casa de Palocci, no Lago Sul, em Brasília. Além de Dirceu, o jantar reuniu 13 deputados petistas. Ele avaliou que uma das dificuldades de Adauto está na falta de apoio do PL. Quanto a Buarque, os participantes da reunião relataram que, apesar do desgaste político dele, não há qualquer atitude do Palácio do Planalto que justifique o sentimento de perseguição alimentado pelo ministro da Educação.

Mudança

A troca de ministros só ocorrerá mesmo no fim do ano. Para acomodar o PMDB com duas cadeiras – provavelmente, Integração Nacional e Comunicações -, os mais sacrificados serão os petistas. Na tentativa de acabar com a sobreposição de funções e dar mais racionalidade à máquina pública, a tendência é que o Ministério da Assistência e Promoção Social, hoje ocupado pela ministra Benedita da Silva, seja fundido com o Extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome, comandado pelo ministro José Graziano. Mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não deu a palavra final sobre a fusão.

Outra mudança em estudo é a divisão do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – hoje, nas mãos do economista Guido Mantega -em duas pastas. A idéia vem da campanha eleitoral e só não foi executada ainda por causa da burocracia. Pelo plano original, Planejamento ficaria num ministério e a parte referente à administração de pessoal, em outro. Mais: o Ministério das Cidades, do ministro Olívio Dutra, pode ser fundido com o de Integração Nacional, do ministro Ciro Gomes.

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