Lula diz a reitores que não fica para 2007

Em solenidade realizada ontem no terceiro andar do Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a 50 reitores de universidades federais e a cerca de 30 funcionários do Ministério da Educação uma frase que os deixou estarrecidos e que contraria todos os indicativos de que seria candidato a reeleição: "No próximo ano, já não estarei mais aqui".

A frase foi pronunciada em meio ao discurso onde ele fez um balanço do desempenho do governo na área de educação e admitiu ter ficado chateado com a recente greve das universidades federais. Segundo o jornalista Ricardo Noblat, que reproduziu o episódio em sua coluna virtual, "a platéia ouviu a frase bestificada. A maioria dos reitores saiu do palácio direto para o aeroporto de Brasília. Nas rodas de conversa no aeroporto, eles só falavam disso", comentou.

A realidade é que o presidente Lula tem alternado momentos de euforia com a reeleição com outros de prostração. E entre um e outro estado, o presidente simplesmente evita anunciar que vai disputar as eleições deste ano. O seu ministro para assuntos Institucionais, Jacques Wagner, garante que o presidente é candidato. O presidente, no final do ano passado, cometeu "ato falho" em dizer que era candidato. E, em outras ocasiões, como ontem, passa a impressão de que poderia se retirar e apoiar um outro nome, que poderia ser o do ministro Ciro Gomes.

Antes do encontro com os reitores, Lula reuniu-se com os presidentes da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP), e do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), durante um almoço na Residência Oficial do Torto, aos quais pediu pressa na votação do projeto da Lei do Orçamento da União para 2006, que ainda está em fase de discussão na Comissão Mista do Legislativo.

Segundo Calheiros, Lula alertou que é preciso a aprovação do Orçamento para dar uma sinalização ao mercado. "O presidente quer sinalizar para o mercado em relação ao salário mínimo e Imposto de Renda (IR), pois ele quer agilizar investimentos e lembrou que o ano é curto por conta da legislação eleitoral", disse, lembrando que essa lei impõe restrições à liberação de recursos antes das eleições (seis meses antes).

Para tornar ágil o Orçamento e atender ao pedido do presidente, o presidente do Congresso prometeu realizar hoje um encontro com todos os líderes partidários da Câmara e do Senado para definir um calendário de votação do Orçamento. 

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