Juqueri prepara-se para ser desativado

São Paulo (ABr) – O Hospital Psiquiátrico do Juqueri, localizado na cidade de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, será desativado até o fim deste ano e cerca de 300 pacientes devem ser transferidos para outros hospitais. O Juqueri é um dos seis hospitais psiquiátricos de maior porte no Brasil, ou seja, aqueles que dispõem de mais de 600 leitos.

A medida faz parte da política do governo brasileiro de desativar progressivamente todo macrospital e encaminhar os pacientes com condições de volta ao convívio familiar ou para residências terapêuticas – um lar que abriga até oito pessoas que passam a ser supervisionadas por uma equipe médica. O hospital não vai fechar as portas, mas deve funcionar em modelo reduzido.

A unidade, que já abrigou 18 mil pacientes na década de 70, está finalizando a transferência dos internos. Depois da remoção de 700 pacientes para outras unidades psiquiátricas no Estado, restaram 500 pessoas internadas no Juqueri. Essas transferências, no entanto, são motivo de polêmica entre a Secretaria de Estado de Saúde, que administra o hospital, e o Ministério da Saúde.

Segundo Pedro Gabriel Delgado, responsável pela área de Saúde Mental no Ministério da Saúde, o governo federal não critica a desativação do hospital, mas a forma como isso tem sido feito. ?O método proposto pelo ministério e pela Organização Mundial de Saúde é o de reintegração social dos pacientes de longa permanência. A simples transferência de um estabelecimento para outro, que reproduzirá as mesmas condições, não representa melhoria nem na vida do paciente nem na sua situação clínica.? Ele lembrou que o tempo médio de internação no Juqueri é de 22 anos.

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