Jucá diz estar tranqüilo com decisão do Supremo

Brasília – O ministro da Previdência, Romero Jucá, aproveitou ontem a divulgação dos resultados do INSS em abril para comentar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de abrir inquérito para apurar as circunstâncias em que o Banco da Amazônia (Basa) concedeu empréstimo à Frangonorte, empresa da qual era sócio. Jucá disse que recebeu a notícia com tranqüilidade e afirmou que na manhã de ontem ligou para o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, e prometeu colaborar no que for possível para que a Polícia Federal aja com a maior rapidez possível. Jucá afirmou que ?a discussão agora sai da esfera política e passa para a jurídica?. Deverão ser investigadas as circunstâncias em que o Basa concedeu empréstimo à Frangonorte. O financiamento foi concedido mesmo com as contas da empresa mostrando que havia dívidas não quitadas com o próprio Basa. Segundo o Ministério Público, o débito da empresa em 2001 somava R$ 13 milhões. O parecer do procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, informa que, em dezembro de 1994, Jucá comprou a Frangonorte em sociedade com Getúlio Alberto de Souza Cruz. Com a empresa, assumiu dívida de R$ 3,1 milhões com o Basa e o Banco do Brasil. Apesar das dívidas, os sócios conseguiram novo empréstimo no Basa em junho de 1995.

Ao todo, quatro funcionários do Basa deverão prestar depoimento no inquérito. O sócio de Jucá também deverá prestar depoimento sobre o caso.

Acusação

Mas a situação de Romero Jucá, bombardeado por denúncias desde que assumiu a pasta, pode se complicar. Investigação do Ministério Público de Roraima, revelada pela revista Época, sobre um contrato entre a Prefeitura de Boa Vista, na gestão de Teresa Jucá, mulher do ministro, e a Cooperativa Roraimense de Serviços mostra que funcionários contratados para prestar serviços ao município teriam sido usados como cabos eleitorais da campanha de Jucá para senador, em 2002. A cooperativa recebia por mês da prefeitura R$ 1,9 milhão para pagar funcionários terceirizados. Nos três meses antes da eleição de 2002, o valor subiu para R$ 2,7 milhões. O Ministério Público, segundo a Época, ouviu funcionários da cooperativa que contaram ter trabalhado na campanha de Jucá, como Lucimeire Dominici Pereira. Ela disse que depois de julho de 2002 parou de trabalhar na Secretaria de Gestão Participativa para trabalhar na campanha de Jucá e que todo o pessoal contratado pela cooperativa lotado no departamento fez o mesmo.

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