Genoino admite alianças e nega “inchaço” no PT

Brasília  – O presidente do PT, José Genoino, disse que o partido fará alianças nos estados, para as próximas eleições, preferencialmente com os partidos que apóiam o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, alianças com outros partidos, como o PSDB, serão analisadas caso a caso. Ele disse, ainda, que as alianças devem seguir um critério nacional e local, dentro de princípios democráticos e éticos. Por exemplo: “Se tiver uma questão esdrúxula, o partido veta a aliança”, observou.

Genoino afirmou que o PT não está promovendo filiações. “Não há inchaço no PT”, afirmou. “Não há troca-troca. Há algumas filiações de personalidades que sempre estiveram ao lado do PT.” Segundo Genoino, alguns prefeitos se filiaram ao partido. Mas ele não disse quantos. Ele disse que, no caso de parlamentares, não foi solicitada nenhuma filiação ao partido, nem na Câmara nem no Senado. “Provavelmente, a bancada do PT na Câmara ficará menor do que a atual”, previu ele, considerando que os deputados Luciana Genro (RS), João Fontes (SE) e João Batista de Araújo, o Babá (PA), da ala radical de esquerda, sairão do partido.

O petista afirmou, ainda, que a estratégia do PT para as próximas eleições é consolidar posições nas cidades grandes e médias e partir para as pequenas. Hoje, o PT administra 192 prefeituras, incluindo as de oito capitais (Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Goiânia, Macapá, Porto Alegre, Recife e São Paulo).

Prévias

A possibilidade de realização de eleições prévias no partido para a escolha do candidato a prefeito de São Paulo, administrada pela petista Marta Suplicy (SP), foi afastada por Genoino. Em São Paulo e em outros locais governados pelo PT. “Não existe proposta de prévia em São Paulo. Não haverá prévia onde o PT governa”, reafirmou. Ele explicou que a estratégia do partido é escolher os nomes petistas neste ano e dar prioridade no ano que vem ao programa e as alianças.

Requião não vai intervir

O governador Roberto Requião (PMDB) não está se envolvendo e não pretende interferir nas disputas partidárias entre PT e PMDB, que têm azedado a relação das duas siglas no Estado. Esta foi a resposta dada ontem pelo assessor especial do governador, Benedito Pires, às críticas feitas a Requião pelo presidente estadual do PT, deputado estadual André Vargas, e pelo deputado federal Paulo Bernardo (PT). Os dois acusaram o governador de estar se empenhando pessoalmente em filiar ao PMDB e prestigiar potenciais adversários do PT nas eleições do próximo ano em várias cidades. Bernardo disse que a disputa eleitoral não pode ser deslocada para o governo.

O assessor de Requião afirmou que ele não irá responder a provocações e que os dois deputados petistas estão vendo fantasmas onde não existem. De acordo com a assessoria, o governador sempre permaneceu neutro nas disputas eleitorais entre o seu partido e aliados – foi essa sua posição no governo anterior – e não vai mudar seu comportamente este ano.  (EC)

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