Guaiaquil
(Das agências)? Citando nominalmente Luiz Inácio Lula da Silva, o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), o presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem, durante visita ao Equador, que a integração da América do Sul não será afetada pela mudança de governo no Brasil, qualquer venha a ser o seu sucessor. A declaração foi feita em uma entrevista de Fernando Henrique ao Canal 1, do Equador, que será veiculada amanhã. Fernando Henrique participou, em Guayaquil, da Segunda Reunião dos Presidentes da América do Sul, encerrada no final da manhã de ontem.Segundo FHC, o projeto de integração sul-americana estará assegurado mesmo se a oposição vencer as eleições de outubro. “Eu não temo Lula da Silva nesse aspecto de integração. Nisso, estamos totalmente de acordo, não apenas eu e Lula, mas todos os candidatos pensam de forma favorável ao Mercosul e à integração com o mercado andino, à formação de um espaço sul-americano”, explicou. “Isso no Brasil não é uma questão que pode variar por governo atual, posição atual. Há uma força mais poderosa se pode ter outros conflitos de opinião, mas não nisso”, completou.
Lula tem liderado todas as pesquisas de intenção de voto com vistas às eleições presidenciais, enquanto que o candidato de FHC, o ex-ministro da Saúde José Serra, do Partido da Social Democracia Brasileira, vem amargando consecutivas quedas, as quais o deixaram em terceiro lugar, com um incômodo empate técnico com o último colocado, Anthony Garotinho, do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Fernando Henrique também definiu a cúpula de Guayaquil como uma “reunião de vizinhos”, que discutiram eixos de integração, bem como a criação de um mecanismo de fomento regional para financiar projetos de integração física do continente. O presidente brasileiro defendeu a fusão da Comunidade Andina das Nações (CAN) e do Mercado Comum do Sul (Mercosul).