FHC diz que Lula não sabe para onde ir

São Paulo – O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso voltou ontem a criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante conferência que proferiu no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP). “Imagino que o governo Lula também tenha um projeto nacional. Mas não consegui descobrir ainda qual é”, disse ele, ao discorrer, por uma hora e meia, sobre “Os Desafios da Ordem Internacional”.

O ex-presidente defendeu a necessidade de um projeto nacional que reflita os anseios da sociedade. “Diziam que meu governo não tinha projeto para o País. Então, tá bom. Será que ficamos oito anos chupando dedo?”, questionou. Ele citou algumas de suas ações como forma de responder às críticas de seus adversários, como a abertura comercial , a modificação de algumas estruturas de governo e a criação de agências reguladoras, que, na sua avaliação, são peças fundamentais num processo de privatização.

Além de questionar o programa de Lula para o País, Fernando Henrique também criticou o uso da retórica. Mesmo sem citar o nome de Lula, FHC afirmou: “Não podemos nos perder na retórica vazia. Tenho horror à retórica, sobretudo no que se refere à política internacional”, afirmou. E citou a seguinte frase de Napoleão Bonaparte: “Se não temos fuzil, é melhor ficarmos calados.”

Ao criticar o uso da retórica, o ex-presidente defendeu a necessidade de o Brasil aproveitar as oportunidades de se capacitar internamente para enfrentar os desafios. “Um erro de interesse ou de estratégia fará com que o povo brasileiro, em 20 ou 30 anos, tenha menos oportunidades do que tem hoje.”

Durante a palestra, Fernando Henrique Cardoso criticou a atual política adotada pelo BNDES. “Os empresários vivem reclamando que o BNDES tem hoje pouco dinheiro. O BNDES não tem pouco dinheiro, tem é pouca competência para conceder empréstimos. E ainda diz que vai ajudar a África”, afirmou.

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