FHC afirma que não basta vontade política para mudar

O presidente Fernando Henrique Cardoso disse hoje, em discurso no Palácio do Planalto, que não ?basta vontade política? para mudar o País e previu que, se forem mantidos os programas sociais lançados no governo dele, a sociedade sentirá o efeito de um ?novo Brasil? dentro de dez a 20 anos.

?Não podemos pensar a mudança do Brasil como se ela dependesse do governo, ou então, como é moda aqui, do presidente. Se tem vontade política ou não? Tomara que tenha, mas não basta. É preciso que a sociedade assuma desafios?, afirmou, em mais uma reação a críticas dos opositores. Ao lado do ministro da Educação, Paulo Renato Souza, Fernando Henrique participou da cerimônia de lançamento do Provão para cursos supletivos.

Numa defesa do governo, ele afirmou que, na Presidência da República, lançou as bases para garantir as mudanças sociais: ?Não se faz em quatro anos ou em 12 anos, se faz em décadas. Nós estamos em décadas fazendo um outro Brasil.? Em seguida, disse que, se os próximos governantes derem ?continuidade? aos projetos iniciados na gestão, ocorrerão novos e importantes avanços. FHC voltou a atacar os críticos.

?Estou cansado de ouvir discursos e ler artigos que dizem que o Brasil teve mais uma década perdida e que não se avançou nada no social?, declarou. ?Dizem ainda que fizemos só estabilização, como se isso fosse pouco. Por que eles (os críticos) não olham para os números? É melhor ser um pouco mais humilde e menos arrogante, não julgar o esforço de uma sociedade inteira porque (o esforço) não é de um governo. Eles (os críticos) ficam sempre naquele ramerrão.? Mais uma vez, o presidente afirmou que há muito o que melhorar no País, mas enfatizou que ?alguma coisa foi feita?.

Para Fernando Henrique  não é demagogia dizer que o governo está acabando com o analfabetismo: ?Isso é uma coisa sensacional. Em 1960, havia mais analfabetos do que alfabetizados. E 1960 foi ontem. Isso mudou.? Desde o início da semana, o presidente tem rebatido, em discursos, críticas da oposição. Em solenidade no Rio, promovida pela Associação Comercial para comemorar o oitavo aniversário do Plano Real, por exemplo, FHC ironizou políticos que o atacaram na época do lançamento dos atuais parâmetros econômicos.

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