Estados do Sul pedem gasoduto

Os governadores dos três estados do Sul, que se reuniram ontem em Porto Alegre, defenderam o uso do gás argentino como alternativa ao alto custo do gás boliviano e assinaram um documento – que será encaminhado nos próximos dias ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva – em que solicitam a construção de um gasoduto de 550 quilômetros ligando Uruguaiana (município gaúcho na divisa com a Argentina) a Porto Alegre, atendendo os Estados do Sul.

Além de Requião e dos governadores Germano Rigotto (RS), Luiz Henrique da Silveira (SC) e do vice-governador do Mato Grosso do Sul, Egon Krakhecke, a reunião no Palácio Piratini contou com a participação dos governadores Sérgio Montiel, de Entre Rios; e Ricardo Colombi, de Corrientes, ambas províncias argentinas. A participação dos argentinos nas reuniões do Codesul não ocorria há quatro anos.

No encontro, o governador Roberto Requião defendeu uma maior integração dos Estados do Sul com a Argentina para fortalecer o Mercosul. A defesa foi feita durante reunião dos governadores do Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul). “O Codesul não pode ser uma ponte entre Buenos Aires e São Paulo”, criticou Requião, que sugeriu ainda que o próximo encontro seja realizado na Argentina.

Nova fase

Requião disse que o Codesul está entrando em uma nova fase, de relacionamento com a Argentina. “Com a retomada da participação da Comissão Regional de Comércio Exterior do Nordeste Argentino (Crecenea) no conselho, começa uma nova fase no relacionando do Codesul com a Argentina”, destacou. “Podemos intensificar nossa relação bilateral nas áreas de infra-estrutura, moradia, educação, trabalho, saúde, cultura e segurança”. O governador lembrou que o Paraná vem mantendo entendimentos com os argentinos através de duas missões empresariais já organizadas pela Secretaria da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul em Córdoba.

Presidente do Codesul, o governador Germano Rigotto destacou a importância dos Estados e províncias argentina ligados ao conselho. “Representamos 32 milhões de pessoas, que habitam uma superfície de mais de 1,4 milhão de quilômetros quadrados e que geram um PIB de cerca de US$ 178 milhões”, informou. “Os números por si só justificam a força de nossa união”.

Sobre o aproveitamento do Aqüífero Guarani, uma maiores reservas de água subterrânea do mundo, a coordenadora do projeto, Ana Luiza Sabóia de Freitas, defendeu uma legislação única entre os países do Mercosul. “Não existe um país específico que coordene as ações, mas todos estão atuando juntos para preservar a reserva de 1,2 milhão de quilômetros quadrados”, explicou.

Voltar ao topo