Brasília – O grupo dissidente do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) lançou, ontem, a candidatura de Pedro Simon para a liderança da legenda no Senado. Durante reunião em Brasília, o grupo também decidiu lançar um nome alternativo para disputar a liderança na Câmara de Deputados.
“Há um grupo que quer mudar o partido”, alegou Simon. “Numa convenção, 96 por cento do partido disse que queria ter candidato próprio a presidente da República, mas a atual direção nos levou a outro caminho. Agora queria, com a maior tranqüilidade, sentar à mesa com o Partido dos Trabalhadores (PT) e deixar tudo como está. Nós queremos mudar o rumo”. No encontro, que contou com a participação de Orestes Quércia, do governador Roberto Requião, Paes de Andrade, Mão Santa e José Maranhão, os peemedebistas decidiram apoiar o nome do deputado Barbosa Neto (GO) para líder da bancada na Câmara, disputando a indicação com Eunício Oliveira.
Ficou acertado também o apoio a José Aristodemo Pinotti para disputar com Geddel Vieira Lima a vice-presidência da mesa diretora da Câmara no plenário. Caso Simon aceite concorrer, seu adversário será o atual líder do PMDB na Casa, Renan Calheiros, que faz parte do grupo ligado ao presidente do partido, Michel Temer. A disputa entre os dois deverá agravar ainda mais a crise interna do partido.
No acordo da semana passada, que definiu o nome do ex-presidente José Sarney para a presidência do Senado, ficou acertado que Calheiros, que também disputava o comando, teria caminho livre para assumir a liderança do partido.
Enquanto isso, no PFL a bancada do partido no Senado decidiu ontem, em reunião almoço, indicar o senador Romeu Tuma (PFL-SP) para o cargo de primeiro secretário da Mesa Diretora. O senador eleito Antônio Carlos Magalhães (BA) foi escolhido para presidir uma das duas comissões destinadas ao partido e o senador José Jorge (PFL-PE), para a outra. O senador eleito Heráclito Fortes (PFL-PI) foi indicado para a quarta secretaria da Casa.
Na Câmara dos Deputados, a bancada do PPB escolheu o deputado Pedro Henry (MT), por aclamação, líder do partido na Câmara. A informação foi do deputado Ricardo Barros (PPB-PR). “Houve um consenso importante para construir a unidade”, disse. Durante o encontro, Henry disse que o partido adotará uma postura de independência em relação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para a Mesa Diretora da Casa, a legenda ainda discute as indicações do deputado Severino Cavalcanti (PE) e Eduardo Cunha. A bancada da sigla tem 49 deputados.
Ainda na Câmara, o líder do PSB, deputado José Antônio Almeida (MA), afirmou que o partido vai manter a tradição que vem seguindo há sete anos e formar um bloco parlamentar com o PC do B. O bloco terá uma bancada estimada em 42 deputados.