Desorganização da CBF marcou festa do penta

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) mais uma vez primou pela desorganização e, por pouco, as festividades pela presença da seleção pentacampeã Mundial no Rio não terminaram em tragédia. O episódio dos torcedores atirando pedras no ônibus da delegação poderia ter sido evitado se o presidente da entidade, Ricardo Teixeira, mantivesse a sua decisão de não levar a equipe ao Distrito Federal. A assessoria de Imprensa da CBF confirmou que o dirigente foi o responsável pela reformulação do roteiro.

Na sexta-feira, dia 28, antevéspera da decisão da Copa do Mundo de 2002, a CBF informou que ?a seleção brasileira era do povo? e, por isso, não passaria pela capital federal, restringindo as festividades a São Paulo e Rio de Janeiro. Após a conquista do pentacampeonato, Teixeira voltou atrás e incluiu Brasília no roteiro.

A atitude política do presidente da CBF teve por objetivo ganhar mais prestígio junto aos dirigentes do País. Teixeira foi alvo de críticas por parte de parlamentares no ano passado, quando foi um dos principais investigados em duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) sobre os contratos da CBF, a desorganização do futebol e denúncias de corrupção.

A ida a Brasília atrasou todo o cronograma de festividades no Rio e em São Paulo. A delegação que, no horário em que deixava a Capital Federal, às 16h45, deveria estar embarcando para a cidade paulista, veio para o Rio, provocando ainda mais o desgaste físico dos atletas.

Alguns, como o meia Rivaldo, o goleiro Dida, o volante Vampeta, o atacante Edílson e o lateral-esquerdo Júnior, optaram por não continuar nas festividades. Teixeira também não continuou com a delegação após a passagem por Brasília. O dirigente preferiu ir descansar em sua casa, na Barra da Tijuca, zona oeste. A CBF também confirmou que nenhum jogador foi obrigado a cumprir todo o roteiro. A decisão dos atletas foi motivada pelo desejo de retribuir o carinho demonstrado nas ruas pela torcida.

Uma suposta briga entre dirigentes e jogadores, que se recusavam a cumprir todo o roteiro, foi desmentida pela entidade. No entanto, durante o desembarque no Rio de Janeiro, o secretário-geral da entidade, Marco Antônio Teixeira, pediu a seus assessores que o ajudasse a convencer os atletas a continuarem com o programa previsto.

Sobre os outros incidentes, como a mudança de roteiro a ser percorrido pelas ruas do Rio, frustrando milhares de torcedores, a CBF disse ter sido uma medida com o objetivo de evitar um desgaste maior dos atletas.

A entidade confirmou que não teve participação na organização da carreata e que a Ambev, patrocinadora oficial da seleção, foi a responsável.

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