Crescem vendas de medicamentos genéricos

O mercado brasileiro de genéricos está cada vez mais expressivo. Com apenas dois anos de existência no Brasil, os genéricos crescem, em vendas, 10% ao mês e já representam 6% do mercado farmacêutico total. Quinhentos medicamentos já foram registrados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e estão a venda em todo o país.

?A vantagem é a diminuição dos custos com saúde, visto que são, em média, 45% mais baratos que os produtos de referência ou de marca?, diz Vera Valente, gerente de Medicamentos Genéricos da Anvisa.

Vera explica que os consumidores estão conscientes de que existem genéricos para as principais doenças e que seus preços são mais acessíveis, ?por isso as vendas têm crescido consideravelmente?, afirma ela.

Em 2001, foram comercializados 39 milhões de produtos, acumulando um total de US$ 129 milhões. Somente até maio deste ano, já foram vendidas 28 milhões de unidades, no valor de US$ 97 milhões. ?Não há dúvidas de que, até o final do ano, os valores dobrarão em relação a 2001?, diz a gerente.

Por outro lado, a maioria dos donos de farmácia ainda prefere vender os medicamentos de marca que, por serem mais caros, trazem um lucro maior.

?Aí entra o papel do consumidor. Ele tem de procurar uma farmácia que dispõe de medicamentos genéricos na prateleira?, aconselha Vera.

Para ela, essa é uma forma de mostrar aos estabelecimentos que eles estarão perdendo venda por falta desses produtos, forçando a busca pelos genéricos para aqueles que quiserem manter o seu espaço no mercado.

Outras farmácias alegam não estar recebendo os genéricos e acabam empurrando um medicamento similar.

?Essa venda do similar no lugar do remédio receitado pelo médico é ilegal porque põe em risco a vida da pessoa?, alerta Vera.

Ela explica que os similares possuem o mesmo princípio ativo, a mesma concentração e posologia, mas não têm comprovada a sua eficácia. ?Por isso ninguém deve aceitar esse tipo de procedimento. A lei só permite a troca do remédio de marca pelo genérico?, frisa Vera.

A gerente confirma o sucesso da política de genéricos no país pelo interesse das multinacionais que não param de chegar ao Brasil. Segundo ela, a Apotex, maior fabricante de genéricos do Canadá, já começou a construir sua fábrica aqui. Com investimento de US$ 10 milhões, ela ficará pronta em setembro deste ano. ?Mas, em abril, a empresa deu início à venda de genéricos importados da matriz. Dos 44 pedidos de registro feitos à Anvisa, nove já receberam autorização para comercializar?, revelou.

Vera ainda recomenda sempre perguntar ao médico se existe um medicamento genérico equivalente. ?Caso exista, peça a inclusão na receita?, orienta ela, lembrando que na embalagem dos genéricos deve estar escrito, logo abaixo do nome do princípio ativo, a frase “medicamento genérico ? lei 9.787/99?. Além disso, uma grande letra G azul deve estar impressa sobre uma tarja amarela, localizada na parte inferior da embalagem do produto.

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