Santa brasileira

Canonizada, Irmã Dulce agora é a Santa Dulce dos Pobres

Foto: Arquivo / Estadão Conteúdo

O papa Francisco fez na manhã deste domingo (13), às 5h34, de Irmã Dulce a Santa Dulce dos Pobres. Foi a 37ª personalidade brasileira canonizada pela Igreja Católica. Irmã Dulce foi a primeira mulher nascida no Brasil a se tornar santa.

50 mil pessoas acompanharam a cerimônia na Praça São Pedro, no Vaticano. Também foram celebrados outros quatro novos santos: um teólogo inglês, uma freira italiana, uma freira indiana e uma catequista suíça.

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“Em honra da Santíssima Trindade, pela exaltação da fé católica e para incremento da vida cristã, com autoridade de nosso senhor Jesus Cristo, os santos apóstolos Pedro e Paulo, depois de haver refletido longamente, ter invocado a ajuda divina e escutado o parecer de muitos irmãos do episcopado, declaramos e definimos santos os beatos: John Henry Newman, Giuseppina Vannini, Mariam Thresia Chiramel, Dulce Lopes Pontes e Marguerite Bauys”, declarou o Papa, em latim, durante a cerimônia.

A presença de brasileiros foi bastante visível, com bandeiras do país e pessoas com roupas das cores verde e amarela. Uma grande comitiva nacional, com o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB); os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP); da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ); o governador da Bahia, Rui Costa (PT); e o prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM), ficou à esquerda do altar.

A trajetória de Irmã Dulce

Nascida em Salvador em 26 de maio de 1914 com o nome de Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, ela desde muito cedo se envolveu com a religião e o cuidado dos mais necessitados. Com apenas 13 anos, já acolhia doentes e mendigos em sua casa. Adotou o nome de Irmã Dulce aos 19 anos em homenagem à sua mãe. Foi nessa época que ela entrou para a vida religiosa e passou a fazer parte das irmãs missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus. A partir daí, começou com vários trabalhos voltados à comunidade carente.

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A partir daí, começou com vários trabalhos voltados à comunidade carente. Criou a associação obras sociais Irmã Dulce, com albergue e um centro educacional para abrigar meninos sem referência familiar. Esse centro funciona até hoje e atende 750 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Ela também foi a responsável pela criação do Hospital Santo Antônio, um dos maiores da Bahia. O hospital surgiu quando a Irmã Dulce improvisou um abrigo para atender pacientes no galinheiro do convento. Hoje, o hospital realiza mais de 3 milhões de atendimentos pelo SUS por ano.

Toda essa dedicação fez com que ela chamasse a atenção do Papa João Paulo II, que a incentivou a dar continuidade aos seus trabalhos. Em sua segunda visita ao Brasil, o papa quebrou os protocolos apenas para visitar a Irmã Dulce, que já estava doente. Em 1988, ela chegou a ser indicada ao prêmio Nobel da Paz.

Quais foram os milagres de Irmã Dulce

Irmã Dulce faleceu em 13 de março de 1992, pouco tempo antes de completar 78 anos. No entanto, os milagres atribuídos a ela só vieram algum tempo depois.

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O primeiro deles aconteceu em 2001, nove anos após sua morte. Cláudia Cristiane dos Santos relatou ter tido uma hemorragia depois do parto e foi curada após um padre rogar à freira baiana.

O segundo milagre reconhecido pelo Vaticano foi a cura instantânea de um cego. O maestro Maurício Moreira havia perdido há visão há 14 anos e voltou a enxergar de forma permanente após ele ter clamado por uma solução para Irmã Dulce. No dia seguinte, ele teria voltado a enxergar. Antes de ser encaminhado para Roma, o caso foi analisado por oftalmologistas de Salvador e São Paulo, que examinaram pessoalmente o paciente e não encontraram explicação científica para a cura. Uma comissão médica em Roma também não soube explicar o que aconteceu.

O dia de Santa Dulce dos pobres é comemorado no dia 13 de agosto.

Brasileiros lotam Praça de São Pedro, no Vaticano, para canonização de Irmã Dulce