Caatinga, no RJ, alvo de pesquisas

Rio – O Estado do Rio de Janeiro é conhecido pela exuberância das florestas de Mata Atlântica, mesmo depois de séculos de degradação. O que pouca gente sabe é que a diversidade do Estado vai além das grandes matas úmidas espalhadas pela Serra do Mar. A caatinga e os campos de altitude também têm vez.

O Rio possui ecossistemas com muito em comum, a começar pelo fato de estarem isolados como ilhas, cercados pela vegetação úmida que domina o Estado. Por isso, ambos têm um índice muito alto de espécies endêmicas, ou seja, plantas cujo único registro no mundo foi feito na região. Por serem exceção no Estado, são vegetações também menos estudadas e divulgadas que as florestas da Mata Atlântica e, portanto, mais vulneráveis à degradação.

Os campos de altitude são limitados pela própria natureza do Estado. A vegetação ocupa apenas os topos de morro e começa onde termina a grande mancha de florestas úmidas. São tantas condições adversas que o botânico Gustavo Martinelli, especialista do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, diz que, apesar de a altitude restringir a ocupação urbana – e portanto a degradação – os campos fluminenses estão ameaçados:

?O campo está onde a floresta simplesmente não consegue chegar. É um tipo de vegetação campestre das partes altas, que tem características especiais porque sobrevive na ausência de solo, no afloramento de rochas e depende da existência de uma mata abaixo, que serve de proteção, para não ser tomado por espécies invasoras. Hoje, além da fragilidade natural, os campos estão ameaçados pelos incêndios, pelas coletas extrativistas para colecionadores e comerciantes e ainda pelas pastagens.

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