A cada dia, ônibus atropelam duas pessoas em São Paulo

Os ônibus da São Paulo Transporte (SPTrans) atropelam, em média, duas pessoas por dia nas ruas da capital paulista. Dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação revelam que, em 2012, foram 695 atropelamentos – 44 com mortes. Até outubro de 2013, foram 567 acidentes, com 34 mortes.

Os coletivos municipais, que representam 0,3% da média de veículos circulando por dia na capital, estão relacionados a 7,5% dos homicídios culposos (não intencionais) no trânsito em 2013. Nos primeiros três trimestres, foram 395 casos de atropelamentos culposos, 30 deles envolvendo ônibus municipais. A média de coletivos da SPTrans que trafegam por dia na cidade é 13,8 mil – a estimativa da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) é que 3,8 milhões de veículos circulem diariamente em São Paulo.

Nos últimos cinco anos, o número de acidentes saiu de 652 (45 fatais) em 2008, chegou a 785 (52 fatais) em 2010, caindo para 719 (51 fatais) em 2011. Neste ano, nos meses após a implantação de mais de 200 quilômetros de faixas exclusivas, houve redução no número de ocorrências. Em agosto, houve 62 atropelamentos, contra 66 no mesmo mês do ano passado. Em setembro, a redução foi maior, passando de 68 para 58 casos.

A São Paulo Transporte afirma que trabalha para diminuir esses números. A pasta afirma que está estruturando um curso para “aprimoramento” das técnicas de segurança. “Desta forma, os operadores do sistema de transporte coletivo gerenciado pela SPTrans receberão aulas de pilotagem segura e noções de direção defensiva”, afirma a empresa, por nota.

A SPTrans cita ações tomadas para reduzir o número de atropelamentos por ônibus. “Para acompanhar a circulação dos ônibus e monitorar os pontos de parada, foram instaladas câmeras de segurança e de monitoramento em alguns dos corredores exclusivos”, afirma o órgão que opera o sistema de ônibus da cidade. Outra ação citada foi o aumento de radares para coibir excesso de velocidade por coletivos.

Apesar da grande proporção de ônibus no total de mortes se comparado com a frota, o consultor em transporte Horácio Figueira alerta que, para saber se esse é o tipo de transporte mais letal, seria necessário obter dados da quilometragem percorrida pelos ônibus e pelos demais veículos. “É preciso que a política de respeito ao pedestre se expanda para a cidade inteira, não fique apenas restrita a alguns pontos”, afirma Figueira.

Atualmente, há mil orientadores de travessia do programa, posicionados em 24 pontos, incluindo corredores de ônibus. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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