O Fiat Palio Adventure chegou antes do VW Parati Crossover e, claro, tem um apelo mais fora-de-estrada, ainda que nenhum deles o seja de fato. Foram maquiadas para o espetáculo, mas não foram feitas para enfrentar um “off-road” e sim para rodarem melhor em estradas de terra.
Mais alta que a maioria dos carros de seu segmento, as duas peruas se dão bem em estradas de terra e “escapam” melhor de pedras e valas que todos os carros compactos e derivados de médios, à exceção dos utilitários esportivos. Este é o maior apelo das “peruas”, nome pejorativo dado às “station wagons” em nosso País.
Para ganhar mercado com sua vetarana Parati, a Volkswagen resolveu lançar a versão “Crossover” de sua perua, inspirada nos bons números de venda da concorrente Palio Adventure. E parecia que tinha acertado em cheio, mas o mercado não respondeu ainda à altura da “jogada” da Volks, preocupada em recuperar o terreno perdido.
VERSATILIDADE
O que cada uma dessas peruas possui para atrair os clientes? A Parati Crossover tem motor mais possante, de 2 litros e 112 cavalos, mas que perde em torque para o carro da Fiat, que, se tem em seu motor Flex de 106 a 110 cv, ganha da Crossover em torque tanto no modo gasolina como no álcool (torque máximo de 17,5 e 18,4 kgfm contra 17,3 kgfm da Parati Crossover), todos eles ocorrendo a 3.000 giros. Na aceleração, a vantagem é da Adventure, mesmo a Parati Crossover tendo uma relação peso/potência melhor. O câmbio da Fiat se comportou melhor nas retomadas de velocidade e nas acelerações iniciais.
MAIOR ALTURA
O Crossover da Volkswagen tem um “jeitão” mais esportivo. A transmissão em ambas é boa, tendo curso da alavanca mais curto na perua da Volks e relações melhores na da Fiat. O da Adventure é manual de cinco marchas, com bons engates e relações bem planejadas, demorando mais a “encher” na Crossover em relação à Adventure.
O porta-malas da Adventure tem 460 litros de capacidade, 23 a mais que o da Parati Crossover. Mas a Adventure pesa 133 quilos a mais que o carro da Volks, além do que seu preço de entrada é de R$ 43.990,00 contra R$ 42.590,00 da Parati. Mais alta internamente que a Crossover, a Adventure oferece melhor visibilidade frontal e lateral. (BN)
FICHA TÉCNICA
WEEKEND
Motor
Posição:
transversalNúmero de cilindros:
4 em linhaCilindrada total:
1.796 cm³Taxa de compressão:
10,5:1Potência máxima (ABNT):
106 cv/5.500 rpm (gasolina) 110 cv/5.500 rpm (álcool)Torque máximo (ABNT):
17,5 kgm/3.000 rpm (gasolina) 18,4 kgfm/3.000 rpm (álcool)N.º de válvulas por cilindro:
2Eixo de comando de válvulas:
um no cabeçoteIgnição:
eletrônica digital incorporada ao sistema de injeçãoAlimentação:
gasolina/álcoolInjeção Eletrônica:
Magneti Marelli IAW 4SF, multiponto, seqüencialCâmbio:
5 marchas à frente e uma à réTração:
dianteira com juntas homocinéticasEmbreagem:
Monodisco a seco com mola a disco e comando hidraúlicoSistema de freios:
De serviço:
hidráulico com comando a pedal. (ABS opcional)Dianteiro:
disco ventilado (´ de 257 mm) com pinça flutuanteTraseiro:
tambor (´ de 228 mm) com sapatas autocentrantes e regulagem automáticaSuspensão dianteira:
MacPherson com rodas independentes, braços oscilantes inferiores transversais, com barra estabilizadora, amortecedores hidráulicos, telescópicos de duplo efeito, elemento elástico e molas helicoidais.
Suspensão traseira:
Com rodas independentes, braços oscilantes longitudinais e barra estabilizadora, amortecedores hidráulicos, telescópicos de dupla efeito, tipo WET elemento elástico e molas helicoidais.
Direção:
hidráulica, com pinhão e cremalheira – diâmetro mínimo de curva: 10,5 mRodas:
Aro:
5,5 x 14″, aço estampadoPneus:
175/80 R14.Motor “flex” faz a diferença
Uma vantagem da Adventure é que se pode ter tanto a opção de usar álcool e gasolina misturados como um ou outro, da maneira como quiser. A Crossover só está disponível com motor 2.0 a gasolina. O consumo de combustível de ambas é alto, com média de 9 km/litro na cidade, e na estrada pouco muda.
Os pneus utilizados pela Adventure são mais aventureiros, com vocação menos urbana que o da Crossover, que têm perfil mais baixo 195/55R15 na Parati e 175/80R14 na Adventure, melhor em terra e pior no asfalto. Notamos que em terra molhada e escorregadia, sem cascalhos, esses pneus mais finos e mais altos da Adventure têm pouca aderência em relação aos de perfil baixo. A perua torna-se instável, inclusive. Os freios ABS são opcionais em ambas as peruas e os freios são muito bons nas duas.
Na Adventure os equipamentos de série são o sitema “My Car”, que oferece a possibilidade de configuração personalizada de muitos dos comandos do carro, vidros dianteiros com acionamento elétrico, ar-condicionado, travas elétricas, computador de bordo, rodas de liga-leve aro 14″, relógio digital e outros. Um opcional interessante é o aviso sonoro de estacionamento, que anuncia a aproximação de obstáculos.
Como opcionais, freios ABS, duplos airbags, disqueteira para seis discos, banco do motorista com regulagem de altura, espelho eletrocrômico. O preço pode passar de R$ 50 mil com ela completa.
Mas a Parati Crossover vem de série com ar-condicionado, direção hidráulica, alarme, vidros elétricos, pára-brisa degradê, aerofólio traseiro, abertura elétrica da tampa traseira, luz no porta-malas etc. Como opcionais possui freios ABS, pintura perolizada, CD Player, airbags duplos, CD Player com comandos no volante, espelhos retrovisores externos elétricos e outros. O preço passa de R$ 50 mil também na versão completa.
São dois modelos parecidos na proposta; um com vocação de uso mais urbano com boa altura do solo para o campo na Crossover, e a Adventure com cara de veículo mais voltado para o “mato”.
Veja o que cada uma das peruas tem de melhor e faça a sua escolha: uma esbanja “design” e aposta no motor “flex”; a outra, no motor 2.0 e na esportividade. Vale a pena conferir cada uma das peruas em testes agendados nas concessionárias. Afinal, gosto não se discute… portanto. (BN)
FICHA TÉCNICA
CROSSOVER
Motor
Posição:
transversalNúmero de cilindros:
4 em linhaCilindrada total:
1.985 cm³Potência máxima (ABNT):
112 cv/5.250 rpmTorque máximo (ABNT):
17,3 kgm/3.000 rpmN.º de válvulas por cilindro:
2Ignição:
eletrônica digital incorporada ao sistema de injeçãoAlimentação:
gasolinaInjeção eletrônica:
multiponto, seqüencialTransmissão:
mecânica, 5 marchas sincronizadas à frente e uma à ré, posição longitudinalSistema de freios:
Hidráulicos com ação nas 4 rodas, servo-acionados, dois circuitos em diagonal e guarnições não-asbestos. Dianteiro a disco ventilado, tipo flutuante e traseiro a tambor auto-ajustável
Suspensão dianteira:
Independente, do tipo MacPherson, suporte tubular e braços triangulares transversais. Amortecedores telescópicos hidráulicos pressurizados de dupla ação. Molas helicoidais de ação linear, batente de poliuretano microcelular
Suspensão traseira:
Independentes, com corpo auto-estabilizante de perfil “V” e braços tubulares longitudinais. Amortecedores telescópicos hidráulicos pressurizados de dupla ação. Molas helicoidais de ação linear com progressividade auxiliar através de batente de poliuretano microcelular
Direção:
hidráulica progressiva. Mecanismo tipo pinhão e cremalheira, com suporte absorvente de energia. Árvores com acoplamento descentralizado.Rodas:
Aro:
6J x 15″: liga leve;Pneus:
195/55 R15.