35 anos trocando marchas com o leitor

Engato a primeira numa BMW turbo. Carro conceito, ápice da modernidade. E olha que estamos em 1974.

Da nova rotativa Goss Urbanite da Editora O Estado do Paraná brotavam cores. Foi o teste de estréia do Jornal do Automóvel, o primeiro suplemento especializado dessas bandas. Jornalão, daqueles que dependia de uma mesa pra ser lido.

Passo a segunda pra chegar ao início dos anos 80, a primeira era dos carros movidos a álcool. Acompanhamos de perto a produção de milhares de modelos movidos a combustível vegetal, que dominaram rapidamente o mercado, com suas virtudes e defeitos.

Falamos de Fiat 147 (este um ícone da época), Corcel II, Fusca, Brasília, Opala… Tempo bom, que durou o mesmo que os problemas que enterraram o Proálcool. No papel, cada vez mais cores, com a chegada de duas novas unidades de cor para a rotativa da casa.

Pra embalar, engato a terceira e encontro o primeiro automóvel brasileiro com injeção eletrônica, o Gol GTi, que estampou a capa do nosso suplemento marcando uma revolução tecnológica sem volta. Depois dele vieram Monza EFi, Santana Executive e todos os outros.

Estamos nos anos 90 e ter quatro rodas e andar já não era suficiente. A resistência às quatro portas começava a cair, dando lugar a consumidores cada vez mais exigentes, encantados com os importados, que desembarcaram aos montes em nosso território. Carros brasileiros foram chamados de carroças e até o bom e velho VW sedan, o saudoso Fusca, voltou a ser fabricado, sob a alcunha de Itamar.

O motor pede e a quarta entra quase que por instinto. O Jornal do Automóvel pega carona e pilota os bólidos mais desejados. O século virou e, pelas nossas mãos, passaram esportivos espetaculares, sedãs luxuosos e os populares mais econômicos, empurrados por uma onda flex de dar inveja ao mundo.

Sim,nós dirigimos, testamos e opinamos sobre quase todos os carros que ilustram nossas páginas. Levar um Audi A4 turbo ou um Golf GTi com seus 193 cavalos ao limite faz parte do ofício.

Acompanhando a evolução da indústria automobilística de perto, chegamos aos 35 anos abastecidos com combustível de alta octanagem. Na onda dos carros compactos, também ficamos mais enxutos. E lançando moda, vestindo o formato berliner.

Tanque cheio, já não preciso mais trocar de marcha. Mais um mito que assistimos cair. São tempos de transmissões automáticas, automatizadas, continuamente variáveis. Agora é só acelerar.

Nesta toada seguimos. Sinal verde para mais 35 anos de muita emoção. Afinal de contas, como diz aquela propaganda, ‘o brasileiro é apaixonado por carros‘. E nós também!

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