Automação na agroindústria

É cada vez mais intensa a aplicação de tecnologia nos processos produtivos, o que tem suscitado importantes avanços, não só nos setores que tradicionalmente demandam constantes inovações, mas também – e com destaque – na agroindústria. Hoje, fazem parte do negócio, por exemplo, a melhoria genética e técnicas avançadas de controle da produção com informações via satélite.

Se, por um lado, essas mudanças vêm provocando pressões para a melhoria da qualidade de produtos e serviços e redução de preços, por outro também têm provocado alterações substanciais nos modelos de negócio e nos relacionamentos entre as empresas e entre estas e o consumidor. A agroindústria não está fora dessa tendência, pois tem adotado estratégias de redução de custos e diferenciação, na busca pela competitividade. Na base das mudanças, estão os investimentos em tecnologia e novos modelos de gestão.

Um bom exemplo dessas mudanças é o emprego cada vez mais disseminado de sistemas automatizados, envolvendo comércio eletrônico e código de barras. Dentre as aplicações atuais do código de barras na agroindústria, está a identificação dos paletes e caixas de transporte de frutas. Os códigos de barras estão sendo utilizados como requisito na automação dos processos logísticos de embarque e recebimento dos produtos hortícolas. O emprego de etiquetas logísticas também é outra ferramenta que vem reduzindo substancialmente os prazos nos processos de distribuição, permitindo que os produtos cheguem mais rapidamente às gôndolas do varejo. Também possibilita a disponibilização de dados precisos – e em tempo real -, fator decisivo para um eficiente gerenciamento das operações.

Além disso, a adoção de padrões globais de codificação abre outro horizonte para o setor, ou seja, o comércio eletrônico, cada vez mais presente no relacionamento entre as empresas. O EDI (“Electronic Data Interchange” ou Intercâmbio Eletrônico de Dados) tem sido o meio mais empregado para a troca eletrônica de mensagens entre empresas. Incluam-se também entre essas empresas as pertencentes à agroindústria. Através do EDI, são trocados documentos como pedidos de compras, catálogos de produtos, avisos de despacho e aviso de recebimento de produtos. O EDI permite a completa integração entre duas empresas em seu relacionamento comercial, possibilitando a otimização dos processos de gestão e reposição de estoques, por meio da automação.

Ainda dentro do comércio eletrônico, são grandes as expectativas com relação ao emprego do ambiente da internet para a integração entre empresas fornecedoras e clientes. Nesse movimento, algumas empresas estão desenvolvendo soluções intermediárias, que permitem a comunicação com os parceiros comerciais pela internet. Essa modalidade de comunicação é chamada WEB-EDI. Na prática, em uma ponta do canal de comunicação existe um processo automatizado de processamento das mensagens, ou seja, o EDI. Na outra ponta, são fornecidos formulários e mensagens no ambiente da WEB, que permitem aos parceiros comerciais trocar informações e mensagens com o seu cliente ou fornecedor.

Outra significativa aposta vem-se firmando no emprego de etiquetas eletrônicas capazes de transmitir informações dos produtos a distância. Embora o emprego da tecnologia RFID (“Radio Frequence Identification” ou Identificação por Radiofreqüência) ainda esteja um pouco distante da identificação de produtos no varejo, já são várias as iniciativas que o incorporam às unidades logísticas, ou seja, bins, engradados e paletes. Essa tecnologia vem permitindo que, por exemplo, as verduras possam ser colocadas à disposição do consumidor quase que no mesmo momento em que chegam ao varejo, já que todas as informações da entrega são inseridas no sistema do varejista automaticamente a partir da leitura das etiquetas eletrônicas.

Sem dúvida, esse cenário mostra que, a cada dia, mais e mais setores de atividades estão realmente descobrindo os benefícios da automação. Com sua correta aplicação, os negócios, de qualquer porte ou ramo, tornam-se mais lucrativos, ampliando paulatinamente a competitividade da economia brasileira.

Ricardo Yugue é assessor de soluções de negócios da Ean Brasil – Associação Brasileira de Automação (www.eanbrasil.org.br).

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