O Comitê de Política Monetária (Copom) deverá manter a Selic em 16% ao ano na reunião dos diretores do Banco central que termina amanhã, na avaliação do presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel José Ribeiro de Oliveira. “Esperamos que o bom senso predomine, mantendo a Selic inalterada e dando um pouco mais de tempo para avaliar melhor o comportamento da inflação como dar tempo à maturação dos investimentos na ampliação da produção reduzindo assim as possíveis pressões inflacionárias”, disse por meio de relatório à imprensa.
O mercado financeiro, segundo pesquisa realizada pela Agência Estado, está dividido. A maioria conta com uma elevação da taxa básica de juros. Dentro desta perspectiva, no entanto, há uma divisão entre os que acreditam em uma elevação de 0,50 ponto porcentual e os que aguardam uma alta de 0,25 ponto porcentual. “O mercado financeiro clama e espera por uma alta da Selic”, afirmou.
De acordo com Oliveira, qualquer uma destas elevações terá pouco efeito prático sobre as taxas, já altas, cobradas na ponta do crédito. “Mas provocará um efeito psicológico negativo que só contribuirá para trazer instabilidade e adiar o processo de cresc imento econômico que se inicia”, argumentou. O presidente da Anefac disse ainda que uma sinalização desta apenas traria dúvidas e preocupações em um momento em que alguns indicadores mostram trajetória mais positiva, como risco país, câmbio e captações externas.
“O empresário que estava analisando planos de investimentos ampliação da produção e emprego por conta de uma demanda e crescimento maior se retrairá e adiará seus planos de investimentos”, previu. “O consumidor que acreditava no crescimento e geração de empregos tenderá a ter dúvidas sobre a manutenção do seu emprego e adiará suas compras, principalmente aquelas de valor agregado maior”, acrescentou.