Aécio diz que não quer pedido de impeachment de Lula

Belo Horizonte – O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), pré-candidato à reeleição, disse hoje que não torce por um eventual pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como defendem setores da oposição ao governo federal.

Mas observou que, com a denúncia do procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, e o resultado final dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, ficou constatado que, na administração federal, "havia uma grande estrutura montada em torno de algumas figuras do PT".

"Fica aí um exemplo e uma sinalização para toda a sociedade brasileira e uma marca, lamentavelmente, extremamente dura para o Partido dos Trabalhadores", afirmou, ao participar, pela manhã, da inauguração de uma delegacia distrital, em Belo Horizonte.

Aécio afirmou que as denúncias de corrupção entram agora na "fase judicial" e que cabe ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Ministério Público (MP) avançarem nas investigações. Ele afirmou que acredita que a Justiça "deverá abrir os processos e investigar a fundo as denúncias".

Para Aécio, "foram muito duras as declarações do procurador-geral" na peça de acusação formal encaminhada ao STF. "Eu confesso que não torço por isso (pedido de abertura de um processo de impedimento de Lula), mas o que se constatou, via CPI ou Procuradoria-Geral, é que havia uma grande estrutura montada em torno de algumas figuras do PT."

Souza denunciou 40 acusados ao Supremo Tribunal, apontando o ex-deputado José Dirceu (PT-SP) como o "chefe do organograma delituoso", o ex-presidente nacional do partido José Genoino, os ex-secretários de Finanças e Planejamento Delúbio Soares e geral Sílvio Pereira como integrantes do "núcleo principal da quadrilha".

‘Nuvem’

Na opinião do governador de Minas Gerais, as acusações "caminharão e acompanharão, como uma nuvem escura", o PT na eleição presidencial de outubro. Aécio, no entanto, disse que não defende uma campanha fixada única e exclusivamente nas denúncias relativas ao esquema batizado de "mensalão". Para o governador de Minas, o PSDB deve, sobretudo, apresentar propostas e convencer a população de que é a melhor alternativa à gestão Lula.

Aécio tem trabalhado para que a questão da segurança pública seja uma das prioridades do pré-candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB). "Nunca o enfrentamento da questão da segurança pública cobrou dos agentes políticos tanta integração, parcerias como nesse momento", disse. "Temos de ter quatro ou cinco propostas mestras, básicas, que vão conduzir a nossa campanha. Esse deve ser o discurso do nosso candidato."

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