18 países decidem se unir para dar melhor tratamento a portadores de aids

Após três dias de debates na capital federal, representantes do governo e da sociedade civil de 18 países da América Latina e do Caribe decidiram se unir para negociar preços de remédios para o tratamento da aids, bem como comprar juntos os medicamentos. A idéia do encontro era que os países chegassem a um ponto comum que permita até 2010 a ampliação do tratamento, da prevenção e do atendimento de toda a população, não só dos grupos mais vulneráveis à doença.

Segundo o diretor do Programa Nacional de DST/Aids do Ministério da Saúde, Pedro Chequer, por causa dos elevados preços dos remédios, o custo médio anual do tratamento, que era de US$ 1,35 mil por paciente em 2003, passou para US$ 2,5 mil em 2005.

Ele lembrou, no entanto, que a redução dos preços não basta para garantir a sustentabilidade dos países no enfrentamento à doença. "É fundamental que os países se unam, com o apoio das agências internacionais, para construir mecanismos efetivos de produção nacional de medicamentos. A redução e a negociação de preços são transitórias e não nos garantem, a médio e longo prazos, a sustentabilidade", destacou.

Chequer afirmou que o mundo enfrenta problemas não só com os medicamentos, mas também com a oferta de preservativos. "Se o mundo hoje decidisse usar preservativo, conforme estabelece a norma científica para prevenção sexual, não haveria quantidade suficiente. Conclamamos o Banco Mundial, a Organização das Nações Unidas e as agências bilaterais de países de primeiro mundo para construirmos uma agenda efetiva, a fim de ampliar a capacidade instalada dos fabricantes de preservativo", afirmou.

Os resultados do encontro serão apresentados durante reunião na Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas, em maio. Entre as recomendações do documento final estão a criação de indicadores para avaliar o acesso à prevenção, assistência e tratamento nos países, e a necessidade de buscar aliados internacionais para corrigir problemas em acordos econômicos e políticos que impedem melhores preços.

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