Sonata de outono inaugura teatro de Marieta e Andréa

d111.jpgVinte e sete anos depois de chegar às telas, um dos roteiros mais densos e aclamados do cinema europeu ganha, no Brasil, a sua primeira versão teatral. Sob a direção de Aderbal Freire-Filho, Sonata de Outono, do sueco Ingmar Bergman, estreou no Rio no dia 23 de junho, com Marieta Severo e Andréa Beltrão nos papéis principais. O espetáculo marcou a inauguração do Teatro Poeira, de propriedade das atrizes. Com capacidade para até 200 pessoas, o novo espaço ocupa um casarão tombado no bairro de Botafogo e já tem confirmada uma extensa programação que em seu primeiro ano contará com o patrocínio da Eletrobrás.

Sonata de Outono é considerado um dos melhores filmes da prolífica carreira de Bergman. Às vésperas de completar 87 anos (nasceu em 14 de julho de 1918), ele coleciona em sua biografia nada menos que 62 trabalhos para o cinema e a TV, além de incontáveis peças para teatro. Sonata estreou em 1978 e arrebatou os críticos não apenas pela interpretação de Ingrid Bergman e Liv Ullman, mas também por seu roteiro preciso e bem-amarrado. Tão preciso que a versão teatral optou por conservá-lo integralmente.

O texto narra o reencontro de mãe e filha após sete anos de separação. Charlotte (Marieta) é uma famosa concertista que acaba de perder o companheiro e por isso aceita o convite da filha Eva (Andréa Beltrão) e seu marido Viktor (Isio Ghelman) para passar alguns dias com o casal. Da alegria inicial do reencontro, porém, emergem sentimentos inesperados.

Eva acusa a mãe de ter preterido a família em favor da carreira e não a perdoa pelo constante abandono que sofreu na infância e adolescência. O desconforto de Charlotte torna-se ainda maior quando descobre que sua outra filha, Lisa, portadora de uma doença degenerativa, também vive na casa.

A partir daí, dá-se um embate em que ressentimentos e amarguras do passado são desfiados e tirados a limpo. 

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