Saramago e Marçal Aquino no Rascunho 68

Edição de dezembro do jornal literário entrevista Marçal Aquino, apresenta um ensaio de Domingos Pellegrini sobre Machado de Assis e publica contos inéditos de Ronaldo Correia de Brito e Paulo Nogueira

O 68.º número do jornal literário Rascunho ? editado pela Letras & Livros, de Curitiba ? publica um artigo do escritor Luiz Ruffato sobre o romance Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios, de Marçal Aquino, lançado pela Companhia das Letras. Complementando o material, em entrevista ao jornalista Luís Henrique Pellanda, Aquino fala sobre poesia, cinema e pessimismo e discorre a respeito do amor e da morte como ?matrizes narrativas inesgotáveis?.

Ainda nesta edição de dezembro, o poeta Álvaro Alves de Faria aborda o livro Um Estrangeiro na Legião, volume que dá início à reedição da obra poética completa de Roberto Piva pela Editora Globo. O escritor Luiz Paulo Faccioli resenha o mais novo lançamento do português José Saramago, As Intermitências da Morte. O crítico literário Luís Augusto Fischer analisa o romance Las Noches de Flores, do argentino César Aira. E o escritor Alberto Mussa lê Menino Oculto, obra de Godofredo de Oliveira Neto.

Um pau no bruxo

Outro que publica um ensaio no Rascunho 68 é o escritor Domingos Pellegrini. No texto ? ?Dom Casmurro, Obra-prima de um Gênio? Não e Não!? ?, Pellegrini questiona a qualidade literária de Machado de Assis a partir de uma análise daquele que é considerado, por muitos, o melhor romance já escrito no Brasil. Para o escritor, o estilo do Bruxo do Cosme Velho não passa de ?uma mistura de prosa doméstica com meia-pompa erudita?.

Sobre a próxima eleição na ABL, Luís Henrique Pellanda entrevista o desconhecido escritor e poeta paranaense Paulo Hirano, autor persistente que, pela oitava vez, concorre a uma vaga na Academia Brasileira de Letras.

Em debate

Acerca de uma recente pesquisa sobre o perfil social dos personagens literários brasileiros ? em sua maioria homens brancos, urbanos e de classe média ?, o Rascunho levantou algumas questões: o que significam os dados obtidos? Ao esquecer as mulheres, os negros e os pobres em seus livros, os escritores brasileiros estariam contando as histórias erradas? Ou dar atenção a esse tipo de estatística seria entregar-se ao patrulhamento dos politicamente corretos?

Para debater o assunto, o jornal convidou José Castello, Joca Reiners Terron, Ronaldo Correia de Brito, Pedro Salgueiro, Aleilton Fonseca, Mayrant Gallo e Ronaldo Bressane. Correia de Brito e Pedro Salgueiro, além de participar do fórum, colaboraram enviando contos ao caderno Dom Casmurro ? dedicado exclusivamente à publicação de prosa e poesia. Correia de Brito escreveu ?Dolorida?; Salgueiro, ?O Olhar?.

Ainda no Dom Casmurro, na seção ?Oceanos ? Literaturas de Língua Portuguesa?, organizada por Luiz Ruffato, o escritor brasileiro Paulo Nogueira, radicado em Portugal, publica o conto ?Baby Boom?. O escritor Fernando Monteiro dá continuidade ao seu romance-folhetim O Inglês do Cemitério dos Ingleses.  E o artista gráfico Ricardo Humberto assina novamente a arte de sua página ?Otro Ojo?.

Outros autores resenhados pelo Rascunho de novembro são Marcelo Carneiro da Cunha (por Marcio Renato dos Santos), Suênio Campos de Lucena (Adriano Koehler), Javier Cercas (Paulo Krauss), Vladimir Nabokov (Fabio Silvestre Cardoso) e Antonio di Benedetto (Andrea Ribeiro). Já o articulista Nelson de Oliveira publica a segunda parte de ?Musa Decadentista?, ensaio sobre Salomé, clássico de Menotti del Picchia.

O Rascunho 68 também conta com as colunas ?Translato?, de Eduardo Ferreira, ?Rodapé?, de Rinaldo Fernandes, ?Vidraça? (notas sobre o mundo literário), ?Vaga-lume? (lançamentos de poesia brasileira) e ?Prateleira? (lançamentos de prosa nacional e internacional).

Para assinar o Rascunho

O Rascunho é um jornal literário de circulação mensal e nacional, criado em Curitiba, em abril de 2000, pelo jornalista Rogério Pereira. Sua assinatura semestral custa R$ 30. Para assiná-lo, os interessados devem escrever para rascunho@onda.com.br

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