Numa cerimônia que durou cerca de 15 minutos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu na tarde de ontem, um documento com propostas de valorização da cultura brasileira apresentadas por representantes do setor. No documento entregue ao presidente, os artistas afirmam que a produção de cultura é estratégica para o crescimento do País e a riqueza nacional e por isso exige políticas públicas e investimentos à altura.
Lula disse que vai distribuir a seus ministros as sugestões dos artistas para que eles avaliem e apresentem uma proposta para transformar em lei o que está previsto no documento ou mudar as leis já existentes, se for necessário. Disse que as sugestões não poderiam deixar de ser um resultado positivo para a cultura ?que todos nós queremos no Brasil?.
?Isso combina com o que acreditamos e estamos colocando em prática na cultura brasileira. Um país como o Brasil não pode ficar mais agindo no mundo como se fosse um Zé Ninguém, como se fosse uma coisa menor, pedindo licença para fazer as coisas. Temos que pedir licença por educação, não por sermos subalternos, inferiores?, discursou Lula.
Bem à vontade, Lula brincou com os humoristas Claudio Manoel, do Casseta e Planeta, e Regina Casé, que estavam meio calados durante a cerimônia. ?Imaginei que a Regina Casé era mais brincalhona, mas está ali e parece uma santa. Como diria minha mãe, uma santa do pau-oco?, disse.
Mas a atração principal do encontro foi mesmo o ator Tony Ramos, que leu o resumo do documento. Ao se posicionar para a foto com o grupo, a primeira-dama dona Marisa Letícia perguntou onde estava o ator e foi buscá-lo para posar ao seu lado. Regina Casé ficou ao lado do presidente e Tony Ramos ao lado de dona Marisa. Também participaram da cerimônia o ministro interino da Cultura, Juca Ferreira – Gilberto Gil está de férias -, o ministro da Casa Civil, José Dirceu, o ministro das Comunicações, Eunício Oliveira. Cacá Diegues, Glória Perez, Marcos Caruso, Jaime Monjardim, Zelito Viana, Stephan Nercessian, Luís Carlos Barreto Filho.
O documento entregue ao presidente diz que é preciso logo ?rechaçar um perigo real, concreto e iminente, o perigo de que o Brasil se transforme em Brasil com Z.
Os artistas pedem uma ação rápida do governo e do Congresso para ?preservar a cultura nacional nas mãos de brasileiros, mas que não interdite o diálogo com outras culturas; que reconheça que a produção de cultura é estratégica para o crescimento do País e a riqueza nacional e por isso exige políticas públicas e investimentos à altura?. Pede ainda a divulgação da produção brasileira no país e no exterior e uma ação efetiva em favor da educação para aumentar a produção e a distribuição de bens culturais de qualidade. ?Enfim, uma ação firme e imediata em defesa da cultura nacional, sem no entanto jamais cair em tentações autoritárias que tirem a liberdade de expressão artística e intelectual de informação e comunicação.?