Livro narra a vida de Paulo Leminski

Para comemorar o nascimento do escritor e poeta curitibano Paulo Leminski (24/8/1944), o também escritor e jornalista Toninho Vaz participa hoje de um bate-papo com o público e autografa o livro Paulo Leminski, o bandido que sabia latim (Editora Record, 497 pág., R$ 48).

Paulo Leminski – também chamado de “o poeta marginal de Curitiba” – chegou aos anos 80 fixando sua marca em trabalhos assinados nas principais revistas e jornais, enquanto encantava com suas impecáveis traduções de John Fante, Alfred Jarry, Yukio Mishima e Samuel Beckett.

Este livro resgata a vida deste artista que foi hippie, professor de judô, história e redação, publicitário, inveterado conquistador, marido de Alice Ruiz, gênio e doido, ídolo e mestre que deixou muita poesia e saudade para gerações de leitores.

Leminski foi uma inesquecível tempestade na cena cultural brasileira, antes de morrer aos 44 anos, em 1989, no auge do sucesso, como um mito. Seu trabalho repercutiu na revista Veja, na Folha de S.Paulo, na televisão, no jornal Vanguarda e outros meios de comunicação.

Casou-se em 1968 com a também poetisa Alice Ruiz, com quem viveu durante 20 anos. Algum tempo depois de começarem a namorar, Leminski e Alice foram morar com a primeira mulher do poeta e seu namorado, em uma espécie de comunidade hippie.

Ficaram lá por mais de um ano e só saíram com a chegada do primeiro de seus três filhos: Miguel Ângelo, que morreu com dez anos de idade, vítima de um linfoma.

Eles também tiveram duas meninas, Áurea – homenagem a sua mãe – e Estrela. Dentre suas atividades, criou habilidade de letrista e músico. Verdura, de 1981, foi gravada por Caetano Veloso no disco Outras Palavras.

Por sua formação intelectual, Leminski é visto por muitos como um poeta de vanguarda por ter aderido à contracultura e ter publicado na década de 70 em revistas alternativas como Corpo estranho, muda código e Raposa. Em 1975 lançou o seu ousado Catatau, que denominou “prosa experimental” em edição particular.

O músico Caetano Veloso dizia que “Leminski tem um clima, uma mistura de concretismo com beatnik”. Já Augusto de Campos – um dos criadores da Poesia Concreta diz que o trovador marginal “foi o maior poeta brasileiro de sua geração”.

Em versos, se autodefiniu: o Paulo Leminski é um cachorro louco/ que deve ser morto/ a pau e pedra/ a fogo e a pique/ senão é bem capaz/ de fazer chover/ em nosso piquenique.

À frente de seu tempo por sua atenção, intelectualidade, cultura e genialidade, estava sempre à beira de uma explosão e assim produziu muito. É dono de uma extensa e relevante obra.

Desde muito cedo, Leminski inventou um jeito próprio de escrever poesia, preferindo poemas breves, muitas vezes fazendo haicais, trocadilhos, ou brincando com ditados populares. “Mais do que um poeta, um escritor, ele foi um gênio que não cabia em si próprio,” destaca Toninho Vaz.

Serviço

Lançamento do livro Paulo Leminski, o bandido que sabia latim, e bate-papo com o autor, o escritor e jornalista Toninho Vaz. Hoje, às 19h30, na Livrarias Curitiba Megastore do Shopping Palladium (Av. Presidente Kennedy, 4121) dentro do projeto Ciclo de Literatura. A entrada é franca.