Jornalista conta o que há de melhor na terra do pinhão

Curitiba dos parques, dos estudantes, da diversidade cultural que se observa nos diferentes linguajares e Curitiba como cidade eclética, retratada por uma jornalista carioca. O livro Coisas de Curitiba chega às livrarias nesta semana como uma obra dedicada às pessoas que construíram e, sobretudo, às que fazem dela uma cidade do futuro. Dando continuidade ao projeto Coisas do Brasil, a jornalista Nazareth Moreaux vasculhou a cidade de cima a baixo para retratar o que há de melhor na terra do pinhão.

?Muitas vezes as pessoas não sabem tudo o que sua cidade oferece por não andarem a pé. E foi assim que Curitiba se revelou para mim?, conta a autora. Seu pontapé inicial seguiu o mesmo caminho que realizou em São Paulo, quando produziu o primeiro livro do projeto, Coisas de São Paulo. Andando pelas praças, por bosques e pela região do Centro Histórico, no Largo da Ordem, Nazareth conheceu o ritmo da cidade e dos curitibanos.

Filha do jornalista e pesquisador Sylvio Moureaux, desde a infância Nazareth foi acostumada a viajar – ?assim meu pai me apresentou o Brasil? – e logo que entrou para a faculdade de comunicação social construiu a carreira no sentido de preservação da memória. E com intuito de preservar a memória da capital paranaense, a carioca dedica o primeiro capítulo de seu livro às imigrações. Na continuação seguem histórias tradicionais e contemporâneas, no capítulo dedicado aos bares e restaurantes da cidade. ?Vocês estão aproveitando espaços antigos, casas tombadas (Patrimônio Histórico) e arrumando espaços gastronômicos deliciosos?, afirma, se referindo a bistrôs, bares e restaurantes.

Coisas de Curitiba se constrói com registros de arte, parques, esquisitices do curitibano e o Natal da cidade. Para a autora, o Natal mais bonito do país se encontra aqui. O leitor encontra no livro diversas fotografias que ilustram a história da cidade, como a escultura de Rui Barbosa localizada na Praça Santos Andrade, e textos explicativos.

Escrito à base de entrevistas, o livro relata momentos glamourosos e também históricos. Mercedes Zili (mãe da colunista Iza Zili) lembrou das festas do passado; em relação à colonização polonesa a autora descobriu com o padre Lourenço Biernarski, da Congregação Vicentina, um material sobre Jerônimo Durski. ?Biernarski possui um acervo magnífico com fotos, diários e a primeira cartilha polonês-português utilizada para o aprendizado nas escolas.?

Serviço:

Lançamento do livro Coisas de Curitiba (130 páginas, R$60), de Nazareth Moureaux, quarta-feira, dia 25, às 18h30, no Solar do Rosário.

Homenagem

Uma das curiosidades da obra está por trás da escultura em bronze de Rui Barbosa, localizada na Praça Santos Andrade. Nazareth contou que certo dia estava no Bar Curityba, de Fabrício Macedo, e ficou surpresa ao ver um Livro Ouro com a assinatura de Getúlio Vargas. O proprietário do bar conta que o monumento teve o envolvimento direto seu avô, Euclides Pereira de Macedo.

No final da década de 30, Macedo era secretário do Comitê Universitário e estudante de Direito, além de ser um admirador de Rui Barbosa. Acompanhado de seus colegas de direito, propôs a uma homenagem ao ?Água de Haia?? e para tanto foi até o precursor da escultura no Paraná, João Turim. Informado sobre o alto custo da escultura, organizou uma viagem para captar recursos com empresários e políticos.

Entre as assinaturas no Livro Ouro está a de Getúlio Vargas, que contribuiu com quinhentos mil réis. De volta a Curitiba, Macedo encontrou Turim, que construiu o belo monumento na praça que abriga a UFPR e o Teatro Guaíra. (DST)

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