Filmes nacionais em cartaz na Biblioteca Pública

“O auto da Compadecida” abre, nesta terça-feira (10), mais uma série do Festival de Cinema Nacional na Biblioteca Pública do Paraná. Os filmes serão exibidos até quinta-feira (19) da próxima semana, no Auditório Paul Garfunkel, com entrada grátis. As sessões desta semana serão sempre às 15h, e, da semana que vem, às 18h.

Com direção de Guel Arraes, “O auto da Compadecida” foi lançado em 2000. O filme se passa no vilarejo de Taperoá, sertão da Paraíba, onde João Grilo (Matheus Nachtergaele) e Chicó (Selton Mello) andam pelas ruas anunciando A Paixão de Cristo, “o filme mais arretado do mundo”. A sessão é um sucesso, e eles conseguem alguns trocados, mas a luta pela sobrevivência continua.

João Grilo e Chicó preparam inúmeros planos para conseguir um pouco de dinheiro. Novos desafios vão surgindo, provocando mais confusões armadas pela esperteza de João Grilo, sempre em parceria com Chicó, mas a chegada da bela Rosinha (Virgínia Cavendish), filha de Antonio Moraes (Paulo Goulart), desperta a paixão de Chicó, e ciúmes do cabo Setenta (Aramis Trindade).

Os planos da dupla, que envolvem o casamento entre Chicó e Rosinha e a posse de uma porca de barro recheada de dinheiro, são interrompidos pela chegada do cangaceiro Severino (Marco Nanini) e a morte de João Grilo. Todos os mortos se reencontram no Juízo Final, onde serão julgados no Tribunal das Almas por um Jesus negro (Maurício Gonçalves) e pelo diabo (Luís Melo).

O destino de cada um deles será decidido pela aparição de Nossa Senhora, a Compadecida (Fernanda Montenegro) e traz um final surpreendente, principalmente para João Grilo.

Aventura

Na quarta-feira (11), será exibido “No coração dos deuses”, de 1999, com direção de Geraldo Moraes. A história conta que por capricho do destino, um roteiro de viagem do tempo dos bandeirantes chega às mãos de um garoto num vilarejo dos dias atuais. Um bizarro grupo de aventureiros decide seguir a trilha. Na primeira escaramuça, são perseguidos por uma tribo de índios e resgatados por uma estranha senhora.

Em breve os aventureiros descobrirão que caíram no século XVII e encontrarão um grupo de mulheres que também procura o tesouro dos Martírios. Juntos, eles enfrentarão os bandeirantes Fernão Dias e Borba Gato, os temidos índios Araés e a perseguição por soldados invasores, numa sucessão de episódios ora cômicos ora dramáticos, em busca de um segredo que o Anhanguera guarda eternamente no coração da terra.

Realidade

O último filme desta semana será na quinta-feira (12). Entra em cartaz “Uma onda no ar”, lançado em 2002 com direção Helvécio Ratton. Jorge, Brau, Roque e Zequiel são quatro jovens amigos que vivem numa favela de Belo Horizonte e sonham em criar uma rádio que seja a voz do local onde vivem.

Eles conseguem transformar seu sonho em realidade ao criar a Rádio Favela, que logo conquista os moradores locais por dar voz aos excluídos, mesmo operando na ilegalidade. O sucesso da rádio comunitária repercute fora da favela, trazendo também inimigos para o grupo que enfrentando a repressão policial para o fechamento da rádio.

O Festival de Cinema Nacional será reaberto na próxima terça-feira (17), às 18h, com exibição de “Bicho de sete cabeças”, de Laís Bodanzky. O drama mostra o difícil relacionamento de seu Wilson (Othon Bastos) e seu filho Neto (Rodrigo Santoro), com o vazio entre eles aumentando cada vez mais.

Seu Wilson despreza o mundo de Neto e este não suporta a presença do pai. A situação entre os dois atinge seu limite e Neto é enviado para um manicômio, onde terá que suportar as agruras de um sistema que lentamente devora suas presas.

Comédia

Na quarta-feira (18), entra em cartaz “O homem nu”, comédia dirigida em 1997 por Hugo Carvana. Sílvio ,Proença (Cláudio Marzo) é um pesquisador de 45 anos, que precisa embarcar a contragosto para São Paulo, a fim de divulgar seu novo livro sobre folclore brasileiro. No aeroporto, encontra um grupo de velhos companheiros de música e copo, com quem participa de uma reunião regada a música e cerveja.

Com o embarque cancelado por causa da forte tempestade, o grupo segue para o apartamento de Marialva (Isabel Fillardis), filha de um dos amigos de Proença, dando continuidade à reunião. Seduzido pela música e pelos encantos de Marialva, Proença passa a noite ali mesmo, onde desperta no dia seguinte, completamente nu, com Marialva ao seu lado.

Ainda zonzo da ressaca, Proença se levanta e vai apanhar o pão deixado à porta do apartamento. É quando uma lufada de vento fecha a porta e deixa o pesquisador pelado do lado de fora. Com Marinalva no banho e sem ouvir seus apelos, tem início então à louca fuga pela cidade para conseguir chegar a sua casa. Proença é perseguido por jornalistas e curiosos.

Polêmica

O último filme do festival será “O dia da caça”, de Alberto Graça. É um triller policial que traz às telas um dos assuntos mais polêmicos do panorama brasileiro: o narcotráfico. Através de personagens bem trabalhados e muita tensão psicológica, o diretor traz ao público uma trama policial marcante e explosiva, sem as clássicas e estereotipadas sequências violentas e aventurescas consagradas pelo cinema americano do gênero. O filme tem história ambientada na Amazônia e em Brasília e traz enfoque particular e franco sobre o tráfico de drogas no país.