“Filme de amor”, de Julio Bressane será exibido no Festival de Curitiba

Com uma longa e expressiva carreira nos festivais nacionais e do exterior, “Filme de Amor”, de Julio Bressane, produzido pelo Grupo Novo de Cinema e TV, será exibido no último dia do 8º Festival de Cinema Vídeo e DCine de Curitiba, que será realizado entre os dias 21 e 26 de maio.

Inspirado livremente no mito das Três Graças, o filme conta a história de três amigos ? Hilda (Bel Garcia), Matilda (Josie Antello) e Gaspar (Fernando Eiras) ? que se encontram em um sobrado pobre no centro da cidade do Rio de Janeiro para durante o fim de semana conversar, beber, brincar, buscar o prazer e viver plenamente um intervalo de suas rotinas duras e medíocres.

Bressane diz que “Filme de Amor” é sobre duas coisas: o intervalo, que se passa entre as imagens; e a sobrevivência, de pessoas movidas por uma pulsão inconsciente, de um desejo de recriar a existência para sentir uma coisa difícil de sentir que é o sentimento do amor. “Uma colcha de retalhos em torno de dois grandes clichês: o filme e o amor”.

Na opinião do crítico Inácio Araújo, “cada plano do filme parece ter sido estudado para trazer ao cinema um tanto das artes plásticas; cada diálogo, para remeter à palavra sublime da literatura; cada gesto, para enfatizar o movimento, isto é, o cinema”.

Para o produtor Tarcisio Vidigal, que fará também a produção de “Cleópatra”, próximo longa de Bressane, “é um privilégio produzir um cineasta dedicado à investigação da linguagem cinematográfica”. Ele acredita que o filme pode contribuir muito para a discussão de um tema contemporâneo e importante: a necessidade de sentir prazer”.

Um dos mais autorais e experimentais cineastas brasileiros, Julio Bressane teve sua formação na época do Cinema Novo e dirigiu seu primeiro longa-metragem (“Cara a Cara”) em 1967. Identificado como figura de ponta do movimento “cinema marginal”, marcado por realizações mais livres, críticas sociais corrosivas e forte veia autoral, vem estabelecendo uma das carreiras mais férteis e contínuas do cinema contemporâneo no Brasil.

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