Menina ainda, Ellen Roche mal terminava de assistir às novelas vespertinas da Globo e já corria para o playground de seu prédio em São Paulo. Lá, outras tantas meninas a esperavam para uma improvisada reconstituição do capítulo do dia do Vale a Pena Ver de Novo. Na maioria das vezes, Ellen, a mais desinibida do grupo, assumia a responsabilidade de “dirigir” as amigas. “Como eu era a diretora, sempre me escalava para o papel principal…”, entrega. Hoje, aos 24 anos, a menina que fazia caras e bocas para câmaras imaginárias estréia numa novela de verdade. A ex-dubladora do Qual é a Música?, do SBT, foi convidada para reforçar o elenco da segunda fase de Metamorphoses, da Record.
“Sei das turbulências pelas quais a novela está passando, mas estou aqui para ajudar mesmo. Estou com o maior pensamento positivo”, avisa, confiante. O convite para fazer Metamorphoses partiu da própria autora, Letícia Dornelles, que encontrou Ellen em um hotel de São Paulo. Ela vai estrear como Kelly Madeira, uma perua fogosa e ciumenta que não larga o pé do namorado, o mulherengo Ângelo Souza, vivido por Ricardo Macchi. A chance de contracenar com Ricardo, namorado da moça, pesou na decisão de fazer a novela. “Só assim, não preciso dar beijo técnico, né?”, provoca.
Sem destino
Apesar de empolgada com a sua estréia em novelas, Ellen ainda não decidiu o que fazer da vida. “A minha participação em Metamorphoses vai ser decisiva”, pondera ela, que cursa Publicidade na Belas Artes, em São Paulo. A estréia de Ellen Roche na tevê, porém, aconteceu mesmo em 1998, como assistente de palco do extinto Gol Show, do SBT. No mesmo ano, ela tornou-se dançarina do Fantasia, o mesmo programa que revelou Jaqueline Petkovic, também no elenco de Metamorphoses. Mas foi mesmo como dubladora do Qual é a Música? que Ellen ganhou visibilidade.
Quadril largo
E pensar que, no começo, Ellen chegou a ser rejeitada por ter o quadril mais largo que o habitual. Ela tem 100 cm e o máximo permitido era 90 cm… “Na verdade, houve uma fase em que tive até complexo. A minha cintura é muito fina e o meu quadril, largo. Minhas amigas falavam que, um dia, eu ia quebrar!”, ri.
Puro despeito. As medidas de Ellen Roche humilham a perfeição: 100 de quadril, 57 de cintura e 92 de busto. “Não tenho silicone, não. Os meus são verdadeiros!”, ressalta. Não por acaso, Ellen desperta as mais variadas reações por onde passa. Certa vez, um rapaz, cara a cara com Ellen, caiu duro no chão. “Ainda bem que estávamos num congresso de cardiologia. Ele foi atendido ali mesmo”, tripudia, insensível. A princípio, Ellen achou que tudo não passava de uma brincadeira do rapaz. Mas mudou de idéia quando ele começou a ser atendido por paramédicos. “Até pensei em tentar reanimá-lo, mas um deles achou melhor não. Disseram que ele podia desmaiar de novo…”, diverte-se.