Cartunista do Rio de janeiro faz álbum anticopa

Em tempos de álbuns de figurinhas queimados, o artista gráfico e cartunista Sandro Menezes escolheu protestar de outra forma: criou o álbum “Ñ Vai Ter Copa”. No lugar de imagens de jogadores estão os protagonistas de manifestações. A cada semana, ele posta na internet os “pacotinhos” – quatro imagens de dois times. De um lado, manifestantes; do outro, políticos e policiais.

“Poucas vezes trabalho com humor, porque a situação dos direitos humanos não está para piada. Mas o álbum ficou uma coisa lúdica, ganhou um ar de arte de rua”, diz Menezes. Em junho passado, quando começaram as manifestações, o artista gráfico retomou os cartoons políticos. Com outros três artistas, criou um perfil no Facebook, o Ñ Coletivo, que se propõe a fazer “design indignação”.

O primeiro pacote tem a imagem da professora Lenita Oliveira, que enfrentou PMs em ato na Câmara Municipal (o episódio foi registrado pelo fotógrafo Fábio Motta, do Estado) e black blocs. Eles integram o time “nós”. Os adversários (“eles”) têm como técnico Eduardo Cabral (referência ao prefeito Eduardo Paes e ao ex-governador Sérgio Cabral) e um guarda que destruiu donativos para os moradores tirados da Favela da Telerj, em abril.

As próximas figurinhas serão do pedreiro Amarildo de Souza, que desapareceu no ano passado na favela da Rocinha (zona sul) e representará os trabalhadores mortos nas obras dos estádios. A PM aparecerá como stormtroopers, os guardas do império de Guerra nas Estrelas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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