BNDES deve liberar R$ 5 milhões para acervo

O Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) deve destinar R$ 5 milhões este ano à preservação de acervos. Os critérios serão definidos até o fim de agosto, quando a instituição anuncia o programa. Já se decidiu que não contemplará o custeio coleções, e sim a sua proteção contra as intempéries naturais (calor, umidade, poluição, etc.) e humanas (segurança contra incêndio, roubo, etc.), que eles deverão ser abertos ao público e que a escolha dos projetos se dará por candidatura individual, como no programa de restauração do patrimônio histórico (que terá R$ 10 milhões em 2004) e não por concorrência pública, como o programa de cinema (R$ 15 milhões). Ao todo, o investimento do Bndes em cultura deve chegar a R$ 30 milhões este ano.

“Há uma centena de coleções em papel, manuscritos, fotografias e obras de arte e de bibliotecas em risco por estarem em locais inapropriados”, disse o presidente do Bndes, Carlos Lessa. “Não somos levianos de prometer restaurar esses acervos, o que demanda muito dinheiro e mão-de-obra especializadíssima. Vamos cuidar para que as coleções parem de sofrer a ação das intempéries. Também não reformaremos prédios, financiaremos estantes apropriadas, sistemas antifurto e incêndio, ar-condicionado etc. Na verdade, vamos atuar nos subterrâneos dessa memória.”

O modelo do programa será o de restauração do patrimônio histórico que, desde 1997, usa recursos da Lei Rouanet (com parte do Imposto de Renda a pagar destinado a projetos culturais). “Este programa de administrações anteriores funciona maravilhosamente. Só restauramos imóveis tombados nacionalmente e trabalhamos em sintonia com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que nos dá assessoria técnica”, lembra Lessa. A falta de uma expertise semelhante na área de acervos não atrapalha. “Vamos trabalhar com o Ministério da Cultura e só atender a projetos detalhados. Temos o dinheiro mas para recebê-lo é preciso justificar seu gasto.”

Festival de Veneza sem brasileiros

Hollywood domina o Festival de Veneza este ano. Astros e estrelas vão brilhar forte – é o que se sabe ao certo depois que o novo diretor artístico do evento, Marco Muller, anunciou nesta quinta-feira o nome dos filmes que serão destaque no festival, incluindo vários trabalhos de Hollywood, tanto dentro quanto fora da competição. Steven Spielberg e Tom Hanks vão inaugurar a 61.ª edição do mais antigo festival de cinema do mundo com a nova comédia romântica Terminal, sobre um estrangeiro que se vê preso no aeroporto JFK, em Nova York, por nove meses.

Nicole Kidman, Tom Cruise e Denzel Washington também poderão passar pelo tapete vermelho de Veneza, já que seus novos filmes serão exibidos no Lido. “Vamos levar os maiores filmes do ano a Veneza, e é por isso que a lista inclui tantos filmes americanos”, disse Muller em coletiva de imprensa concedida em Roma.

Entre os 21 filmes que vão concorrer ao cobiçado prêmio máximo, o Leão de Ouro, estará o experimental Birth, de Jonathan Glazer, estrelado por Nicole Kidman e Lauren Bacall. Nenhum filme brasileiro foi escolhido.

O diretor britânico John Boorman (À queima-roupa) vai presidir o júri de nove integrantes, que também vai incluir o diretor Spike Lee e a atriz Scarlett Johansson, de Encontros e Desencontros.

Haverá muitos talentos novos e nomes famosos do cinema de arte da Europa e Ásia durante o festival, que terá lugar entre 1 e 11 de setembro. O cinema latino-americano, que brilhou no Festival de Cannes, praticamente não estará representado.

O talento italiano estará exposto com três filmes concorrendo na competição principal e um total de 21 nos diversos eventos do festival. Apenas os EUA se aproximam desse número, com 20 filmes a serem exibidos.

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