Acontece nos teatros

Os Satyros, grupo teatral com sedes em São Paulo e Curitiba, estréia às 21h de hoje um novo espetáculo, que fica em cartaz até dia 16 em seu próprio espaço na Rua Comendador Macedo, 330. Para sua primeira produção deste ano, a companhia encena Kaspar, em que Ivan Cabral e Rodolfo García Vasquez desenvolvem o texto a partir de improvisações, de relatos da época, do romance do escritor alemão de origem judia Jakob Wasserman e do roteiro do filme de Werner Herzog O Enigma de Kaspar Hauser.

Sob direção de Vázquez, o espetáculo baseia-se em uma linguagem industrial, com tubulações ocupando todo o espaço da sala. A trilha sonora é formada por rock industrial alemão, bandas polonesas de rock pesado e trechos do Réquiem de Mozart, em uma mistura de sons inaudita. Os figurinos são inspirados em guerreiros otomanos do século XIX, transformando os atores-personagens em soldados da pós-industrialização. Todos os elementos da encenação aproximam o mundo de opressão pós-industrial da nossa realidade cotidiana atual, fazendo de nós, espectadores, Kaspars em potencial. O público, fragmentado em blocos, assiste à encenação de diversos pontos da platéia.

Kaspar é vivido por uma atriz, grande revelação dos palcos curitibanos nos últimos anos: Olga Nenevê. Ela empresta ao personagem uma fragilidade complexa, uma inteligência sensível e obstinada. Os outros atores são: Leandro Daniel, Dimas Bueno, Eduardo Giacomini, Rômulo Zanotto, Robson.

Encouraçado

Também estréia hoje, às 21h, no auditório Antônio Carlos Kraide/Centro Cultural Portão a peça Encouraçado, criação coletiva dos alunos das Oficinas Livres de Interpretação Teatral Os Satyros, sob a direção de Clóvis Cunha. A temporada acontece até 9 de junho, com sessões às sextas e sábados, às 21h, e aos domingos, às 19h. O elenco, formado pelos alunos Camila Huble, Gui Vasconcelos, Jefferson Vogell, Letícia Balbinotti e Patty Sozzi, leva ao palco um texto baseado em improvisações. A montagem retrata uma personagem que não consegue suportar o peso da própria existência e procura refúgio no álcool, passando a enxergar a realidade entre o sonho e o delírio alcoólico.

Swing na Roça

Estreou ontem e fica em cartaz até dia 16, a comédia Swing na Roça, no Teatro Lala Schneider (Rua 13 de Maio, 629). É uma produção do Núcleo de Profissionalização Teatral da Fundação Teatro Lala Schneider. O argumento de texto é de Luiz Eduardo Schroeder, um dos componentes do Núcleo, e foi adaptado e dirigido por João Luiz Fiani. É a história de um rico casal de fazendeiros que faz uma proposta no mínimo curiosa a seus compadres, um humilde casal que é caseira da fazenda: uma troca de casais. A idéia não é muito bem compreendida pelo segundo casal e a partir daí está instalada a confusão, e o swing acaba se transformando em algo inesperado.

Além da trama central, outras situações inusitadas dão ao espetáculo o tom de comédia, porém com uma simplicidade absolutamente surpreendente pela ambientação da história: o meio rural. “Procuramos fazer de um tema polêmico, um espetáculo leve e divertido, onde o espectador terá várias surpresas”, explica Fiani.

Dramaturgia

Durante cinco semanas, quem estiver em São Paulo poderá assistir, gratuitamente, a peças teatrais inéditas dos melhores autores brasileiros da atualidade. Trata-se da Mostra de Dramaturgia Contemporânea, iniciada ontem e que prossegue até dia 30. As apresentações acontecem, de quinta a domingo, no Teatro Popular do Sesi, reunindo quinze peças dos mais importantes dramaturgos brasileiros, como Fernando Bonassi, Victor Navas, Otávio Frias Filho, Aimar Labaki e Marcelo Rubens Paiva. São treze diretores, mas com um mesmo grupo de atores: Renato Borghi, Élcio Nogueira, Luah Guimarães e Débora Duboc.

Para as crianças

Neste domingo, às 10h30, a atriz e bonequeira Alessandra Flores apresenta no Teatro José Maria Santos o espetáculo Rajasthani Circus, resultado de uma experiência que ela teve com grupos de bonequeiros na Índia, nas cidades de Rajasthani e Jaiselmeer, onde permaneceu durante seis meses pesquisando o trabalho de artistas locais. O espetáculo faz parte do Projeto Teatro de Bonecos para Crianças, da Secretaria Estadual da Cultura e Centro Cultural Teatro Guaíra.

Segundo Alessandra, a encenação traz o mistério, beleza, exotismo e alegria do povo da Índia. “São seis bonecos manipulados por fios no palco representando mágicos, percussionistas, dançarinas, encantadores de serpentes e engolidores de espadas”, explica.

O espetáculo foi apresentado no Festival de Edimburgo (na Escócia), e participou de festas e eventos na Inglaterra (Londres). E depois de mostrar o espetáculo pela primeira vez este ano nas ruas de Curitiba chega agora ao palco, com ingressos a um real.

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