O São Paulo Fashion Week começou na última quarta-feira com um alerta importantíssimo: a água é um recurso que um dia pode se tornar mais raro e caro que uma roupa de luxo. O maior evento de moda da América Latina já trouxe nas edições passadas a idéia da sustentabilidade, da reciclagem e da preocupação com o meio ambiente. No SPFW, mudam as coleções e os makes, mas o cenário renova-se a cada edição, numa prova de que a reciclagem é um ótimo negócio.
A matéria-prima ainda é o papelão, que ocupa das paredes encaixadas como legos às banquetas usadas nos desfiles. E nesta edição verão 2007/2008, o SPFW convida todos a pensar a respeito do uso consciente da água. Para literalmente sentir na pele o problema de uma possível e provável escassez de água no futuro, na entrada do vento, os convidados recebem copinhos de água que vêm com uma quantidade pequena do líquido.
Mas falando de moda, esse verão será das cores, um verdadeiro arco-íris, como já mostrou o Fashion Rio na semana passada. Para algumas marcas, as cores deste verão serão vibrantes e misturadas em estampas multicoloridas, e para outras, um pouco mais discretas. Mas nada muda muito, pra falar a verdade As barras das saias continuam curtíssimas, os vestidos e os biquínis mais comportados estão em alta e o look é despojado. Os cabelos são soltos e desarrumados ou presos num rabo-de-cavalo básico, e a maquiagem é clean, valorizando a beleza natural da mulher brasileira. Segundo o maquiador Celso Kamura, a maquiagem do verão terá apenas uma basesinha para corrigir possíveis imperfeições, leve contorno de lápis marrom nos olhos e um gloss para hidratar os lábios.
A novidade deste SPFW foi o desfile do grupo cultural e ONG AfroReggae, que aconteceu ontem e foi inspirado na periferia das grandes cidades. O grupo levou à passarela um casting de modelos formado apenas por negros, entre profissionais e amadores, todos selecionados em favelas. A coleção, assinada pelo estilista Marcelo Sommer, teve cores vibrantes, inspiradas em balas e doces.