Williams e McLaren vão à justiça contra a FIA

As divergências entre os proprietários de equipes da Fórmula 1 e o presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Max Mosley, serão esclarecidas na corte inglesa. Frank Williams, sócio da Williams, e Ron Dennis, da McLaren, anunciaram ontem que irão recorrer à Justiça por serem contrários ao rumo “idiota” que Mosley está dando à Fórmula 1 e à forma como ele conduziu as mudanças no regulamento, “desrespeitando o Acordo da Concórdia”, conjunto de regras que estabelece as normas de gestão do evento.

Já era conhecida a resistência de donos de escuderia e pilotos à implantação das alterações esportivas radicais impostas por Mosley, em especial a proibição de as equipes mexerem nos carros entre a sessão de classificação, sábado, e a corrida, domingo. “A proposta da FIA irá afetar a imagem construída pela categoria nos últimos 20 anos, destruir muito da natureza da Fórmula 1 e limitar a sua diferença para as demais”, diz Frank Williams na carta aberta encaminhada à entidade.

A seguir, o dirigente sinaliza uma das maiores razões dessa disputa. “Infelizmente, apenas uma parte dos recursos gerados pela Fórmula 1 fica com as equipes. Esta questão é a maneira mais clara de assegurar um futuro estável e bem-sucedido para as equipes independentes.” A distribuição da receita da Fórmula 1, em que as escuderias ficam com 47% e a Slec, holding que detém os direitos, comandada por Bernie Ecclestone, 53%, impossibilita qualquer aproximação maior entre as duas partes. Mosley representa a FIA e Ecclestone a Slec, mas os dois não podem ser vistos separadamente. O conjunto de medidas introduzidos este ano na competição partiu dos dois. Williams e McLaren iniciarão o campeonato normalmente, mas ao mesmo tempo estarão recorrendo à Justiça para a preservação de seus direitos, diz a carta.

Já Max Mosley foi breve na resposta, pública também. “A toda equipe é permitido buscar a Justiça para arbitrar sobre o Acordo da Concórdia, mas a FIA está confiante que sua posição será mantida.”

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