Turquia anuncia suspensão de 31 atletas por doping

A Federação de Atletismo da Turquia anunciou nesta segunda-feira a suspensão de 31 atletas por doping, num escândalo que pode afetar a candidatura de Istambul para receber a Olimpíada de 2020 – a eleição será agora em setembro, contra Madri e Tóquio. Todos os envolvidos receberam pena de dois anos de afastamento.

Na semana passada, a Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês) já tinha anunciado a suspensão de nove atletas turcos por doping. Agora, a lista aumentou, com a confirmação nesta segunda-feira de que foram 31 flagrados em exames recentes – as datas não foram reveladas.

O escândalo de doping no atletismo turco já era esperado, depois que a imprensa local revelou recentemente que vários atletas teriam sido flagrados durante a disputa dos Jogos Mediterrâneos, realizados na própria Turquia em junho. E a lista ainda pode aumentar, segundo o comunicado oficial desta segunda-feira.

A federação local revelou que ainda investiga o caso de mais três atletas, incluindo Asli Cakir Alptekin, que foi campeã olímpica da prova dos 1.500 metros nos Jogos de Londres, no ano passado – as outras duas turcas sob suspeita são Nevin Yanit e Pinar Saka, que também estiveram na última edição da Olimpíada.

Os nomes dos 31 atletas suspensos foram divulgados nesta segunda-feira, mas a federação local não revelou a substância encontrada no antidoping e nem a data dos exames. Entre os flagrados está Esref Apak, medalhista de prata na Olimpíada de Atenas/2004, cujo caso positivo já tinha sido anunciado em junho.

Além de Esref Apak, outros dois atletas suspensos nesta segunda-feira estavam na equipe olímpica da Turquia nos Jogos de Londres: Tugce Sahutoglu, lançamento de martelo, e Elif Yildirim, revezamento 4×400 metros. Por isso tudo, o escândalo tem feito estragos no esporte turco, ameaçando a candidatura para 2020.

Para membros do Comitê Olímpico da Turquia, a ampla e rigorosa punição é “um claro sinal” de como o esporte turco está respondendo ao escândalo e, assim, poder sediar os Jogos. “Esse trabalho mais agressivo da política antidoping foi posto em prática há seis meses”, contou o presidente da entidade, Ugur Erdener.

O escândalo também derrubou o presidente da Federação de Atletismo da Turquia, Mehmet Terzi, que tinha ficado nove anos no cargo. “Estou esperando a chegada do novo presidente para trabalharmos juntos”, avisou Ugur Erdener, tentando contornar o estrago que o caso vem fazendo na candidatura de Istambul.

Diante do escândalo do atletismo turco, a Fifa também se posicionou nesta segunda-feira para garantir que não existem sinais de “doping sistemático” no futebol da Turquia. A entidade disse que fez uma nova análise dos mais de 600 exames realizados no ano passado com jogadores do país e não encontrou nada.

“A Fifa está muito satisfeita com esses resultados. Tomamos a decisão de investigar mais a fundo por conta das alarmantes denúncias. Mas o resultado é claro: não há sinais de doping sistemático no futebol turco”, revelou o diretor médico da entidade, Jiri Dvorak, agradecendo a colaboração da federação local.

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