Acordo encaminhado

Novo acordo entre Turner e clubes alivia situação financeira de Athletico e Coritiba

Foto: Jonathan Campos/Arquivo

A novela envolvendo a Turner e seus oito clubes parceiros nas transmissões do Brasileirão em TV fechada está muito próxima de acabar, segundo apurou a Gazeta do Povo/Tribuna.

Depois de meses de ameaças veladas e negociações complicadas, o conglomerado de mídia americano chegou a um princípio de acordo com o grupo formado por Athletico, Bahia, Ceará, Coritiba, Fortaleza, Internacional, Palmeiras e Santos. Desta forma, o canal TNT irá transmitir, além da temporada 2020 da Série A, também o campeonato de 2021, por exigência dos clubes.

A partir de 2022, a Turner terá a opção de rescindir todos contratos sem multa, o que deve acontecer. Os times, então, retomam seus direitos de transmissão e voltam ao mercado para negociá-los em bloco. Originalmente, os vínculos iriam até o fim da temporada 2024, com exceção do Internacional, que tem contrato encerrando neste Brasileirão.

O acerto independe da Medida Provisória 984, editada em junho pelo presidente Jair Bolsonaro, que dá ao time mandante o poder de decisão sobre os direitos de transmissão. Em teoria, a MP é bastante favorável à Turner, já que aumenta consideravelmente seu cardápio de jogos. Apesar da incerteza jurídica, várias partidas antes “proibidas” já aparecem na tabela detalhada da CBF como transmissões da TNT.

Com o martelo batido, os clubes começam a receber imediatamente as parcelas atrasadas do contrato de 2020, valores em aberto desde maio. Cada uma das oito equipes tem cerca de R$ 10 milhões pendentes como parte igualitária do acordo. No fim da temporada, ainda recebem a outra metade, dividida entre audiência e colocação final.

Também há parcelas atrasadas vinculadas à compensação acertada com os times por causa das luvas a mais pagas ao Palmeiras na assinatura de contrato, em 2016.

Guerra e paz

Em abril, a Turner abriu guerra contra seus contratados, quando enviou de surpresa notificações extrajudiciais citando o contrato do Brasileirão. A empresa alegou quebra de cláusulas que gerariam multas rescisórias de R$ 287 milhões para cada um dos times, que contestaram a legalidade da ofensiva.

A ideia inicial dos americanos era se livrar do produto sem pagar nada, mas a tarefa se provou complicada por diversos aspectos. Após o surgimento da MP 984 e do aumento da pressão dos clubes – vide a visita ao presidente no fim de junho –, houve recuo na ideia.

Um caminho judicial foi considerado muito demorado e incerto pela empresa, que decidiu tentar resgatar o relacionamento com as equipes. Pelo lado dos clubes, em maio, houve a contratação da empresa de mídia Livemode para mediar as tratativas. A participação, aliás, foi essencial para que um improvável acordo fosse delineado.

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