Tricolor não foi além de um empate na Vila Capanema

Na estréia de seu ?novo? time, o Paraná Clube frustrou sua torcida e não passou de um empate sem gols com o modesto Toledo. O time do interior se limitou a marcar e a esperar um deslize da equipe da casa. O Tricolor não pecou na marcação nem tampouco conseguiu furar a retranca adversária e o goleiro Oliveira. Resultado que complicou a situação do azul, vermelho e branco na tabela de classificação, hoje num incômodo 13.º lugar. Na domingo, às 16h, o Paraná encara o Cianorte, no Albino Turbay.

Todo de branco, o Paraná Clube entrou no gramado em busca de ?paz?. O primeiro contato do time principal do Tricolor com sua torcida após o rebaixamento para a Série B. Só que o time de Saulo de Freitas tinha contra si a visível falta de entrosamento e ritmo de jogo. Resultado de um tempo de preparação distante do ideal. Ainda mais para uma equipe reformulada, que contava com nada menos do que seis estréias na noite de ontem.

Para piorar, o Paraná se deparou com um time excessivamente defensivo. O jogo desenvolvido em uma estreita faixa de campo evidenciava a falta de conjunto do time da capital, em especial na ligação entre meio-de-campo e ataque. Cristian começou bem, mas logo passou a receber marcação individual e viril. O resultado foi uma sucessão de faltas, que tornaram o jogo lento e em muitos momentos violento.

O árbitro Ito Dari Rannov economizava nos cartões e acompanhava tudo à distância. Mesmo com o jogo truncado, foram do Paraná as três melhores situações de gol do primeiro tempo. Duas delas com Vandinho. O atacante, após levantamento na área, não conseguiu arrematar uma bola desviada por Beto. Pouco depois, fez jogada individual e bateu forte, para a defesa de Oliveira. No último minuto, Massaro recebeu na área e chutou para fora.

Precisando de gols, o Paraná voltou para o segundo tempo disposto a encurralar o Toledo. Se as tentativas de André Luiz e Jumar não deram resultado, Leonardo Dagostini quase resolveu a situação. O zagueiro tocou para Massaro, que ?saiu da jogada? (por estar em posição de impedimento). Dagostini acreditou e só não fez o gol porque a zaga do Toledo conseguiu cortar. A partir daí, Saulo partiu para as mudanças. Primeiro com Giuliano na vaga de Beto.

A bola do jogo esteve nos pés de Cristian. Vandinho fez boa jogada e deixou o meia ?na cara do gol?. O chute cruzado passou pelo goleiro, mas não pelo zagueiro Bruno. Depois disso, já com Éverton e Jefferson, o Tricolor foi para o ?tudo ou nada?. Uma pressão que parou nas mãos do goleiro Oliveira e na nítida falta de ritmo e precisão dos jogadores paranistas.

CAMPEONATO PARANAENSE

3ª RODADA

PARANÁ CLUBE 0x0 TOLEDO

PARANÁ

Fabiano Heves; André Luiz, Leonardo Dagostini, Nem e Wellington; Jumar (Éverton), Léo, Beto (Giuliano) e Cristian; Vandinho (Jefferson) e Massaro.

Técnico: Saulo de Freitas.

TOLEDO

Oliveira; Cleiton, Bruno e Ciro; Murilo, Rafinha, Almir, Godói (Júnior) e Guaru (Ciel); Ray e Igo Júlio (Robert).

Técnico: Rogério Perrô.

SÚMULA

Local: Durival Britto (Curitiba).

Árbitro: Ito Dari Rannov.

Assistentes: Ivan Carlos Bohn e Willian Bigaski Stolle.

Renda: R$ 19.225,00.

Público: 2.492 pagantes (2.986).

Cartões amarelos: Wellington (Paraná). Ciro e Rafinha (Toledo).

Terceiro jogo sem vitória aumenta pressão na Vila

Foto: Walter Alves

Vandinho tentou, mas não conseguiu furar a retranca do Toledo.

Os poucos torcedores que foram à Vila Capanema não perdoaram o time diante do mau resultado. Após três rodadas, o Paraná Clube segue sem vitória no Paranaense, aumentando a pressão sobre os atletas. No apito final do irregular Ito Dari Rannov, as vaias foram inevitáveis. Apupos que já haviam sido direcionados a Beto, Vandinho e Massaro no decorrer da partida. Cristian foi ao alambrado e procurou acalmar a galera.

?É um começo de trabalho. A torcida pode ter a certeza de que vamos virar essa sorte?, disse o jogador. André Luiz lamentou a falta de sorte do time (e sua) nas finalizações. O lateral, que voltava ao time após um longo período de recuperação por conta de uma lesão de tornozelo, exigiu de Oliveira a defesa do jogo. Aos 41 minutos, o ala bateu forte e o goleiro mostrou reflexo e qualidade para espalmar a bola pela linha de fundo.

?Somos amigos. Mas, ali dentro, defendo o meu?, disse Oliveira, que conhece André Luiz desde os tempos de juniores, no PSTC. Saulo de Freitas lamentou o resultado, mas não a atuação do time. Explicou que procurou dar ritmo ao time, adiando alterações. ?Estamos num processo de formatação desse time. Poderíamos ter rendido mais, mas o mais justo seria a nossa vitória, por tudo que aconteceu no jogo.?

Saulo não gostou da marcação ?frouxa? de seu time, em especial no primeiro tempo. ?Demos muitos espaços. Isso não pode se repetir nos próximos jogos?, ponderou. O técnico disse que não pretende mexer no time, apostando na seqüência de jogos para garantir entrosamento à essa equipe. ?Só não posso sair mudando tudo porque alguma coisa não deu certo. Por mais que os resultados tragam maior pressão, temos que estar preparados para driblar esses problemas?, finalizou o Tigre.

Daniel Marques volta e pode ser reintegrado

O elenco do Paraná Clube ainda está sendo moldado. Mas restam poucas vagas para se chegar ao número considerado ideal pela diretoria tricolor, que exorciza a possibilidade de ?encher a prateleira? como no ano passado. Oficialmente, os atletas dos juniores que serão aproveitados por Saulo de Freitas ainda não estão definidos. E, desde ontem, a comissão técnica já pode contar com mais um atleta experiente: o zagueiro Daniel Marques.

Uma suposta transação para o exterior não vingou e o atleta já está trabalhando na Vila Capanema. O vice de futebol Durval Lara Ribeiro não definiu a situação do atleta, mas Daniel Marques disse estar à disposição da comissão técnica. O zagueiro vinha mantendo a forma no interior paulista, mas agora terá que passar por toda a bateria de exames fisiológicos e clínicos. ?Ser bom jogador não basta. Tem que entrar no espírito daquilo que precisamos para 2008. Muita garra e profissionalismo?, disse Vavá Ribeiro.

O zagueiro, no ano passado, foi muito criticado por seu comportamento extracampo e pouco foi utilizado na reta final do Brasileirão. Daniel Marques, se estiver disposto a recuperar o futebol de 2005, quando conseguiu projeção nacional vestindo a camisa tricolor, será reintegrado ao grupo, como já aconteceu com o meia Joelson, recentemente. O zagueiro tem contrato com o Tricolor até julho de 2009.

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