Tricolor falhou muito no sistema defensivo

Uma noite animadíssima, mas que terminou não tão alegre.  O Paraná teve tudo para vencer o jogo, mas falhou na marcação e ficou no 3×3 com o Ceará, ontem, na Vila Capanema. O resultado deixa o Tricolor com oito pontos na Série B, no meio do caminho entre os primeiros colocados e a zona de rebaixamento.

Era Dia dos Namorados, dia de sair com a pessoa amada, de aproveitar o tempo para curtir o romance e… Assistir ao Paraná Clube. Ainda mais que o Tricolor vinha de duas vitórias, e era por isso que os torcedores encaravam a noite fria e a data imprópria para ir à Vila Capanema empurrar o time, que com uma vitória chegaria aos dez pontos planejados por Zetti para as seis primeiras rodadas da competição.

Mas não seria fácil. Sabendo das virtudes do Tricolor, o técnico Paulo César Gusmão mandou Ceará marcar Davi, Bebeto e Wando individualmente, além de acossar os zagueiros e volantes paranistas na saída de jogo. Assim, o Paraná não conseguia criar jogadas, enquanto os visitantes davam trabalho com os rápidos Geraldo (ele mesmo), Preto e Wellington Amorim.

O Ceará era melhor, e saiu na frente com um lance bizarro. Aos 19 minutos, Fábio Vidal subiu ao ataque, Dirley tentou marcá-lo, mas ao sair da área trombou com o árbitro Maurício Aparecido de Siqueira e “abriu caminho’ para o lateral do Vozão chutar na área.

A bola desviou em Ney e Wellington Amorim, de calcanhar, fez o gol do alvinegro. Mas não demorou muito para sair o empate. E com uma descoberta, agora o Paraná tem jogadas de bola parada. Aos 30, João Paulo cruzou e Alex Afonso desviou para igualar.

A partida era quente. Em uma falha incrível na saída de jogo, Adoniran deixou Ney refém do ataque cearense, que acertou duas bolas na trave. No ataque, Davi se movimentava muito, e em uma jogada reclamou de agressão de Heleno dentro da área (seria pênalti). Mas Adoniran, que errara, não deixaria o gramado no primeiro tempo em baixa.

Aos 44 minutos, ele acertou um sem-pulo inacreditável do meio da rua, fazendo um golaço e virando a partida. Se fosse possível um trocadilho infame com o compositor homenageado pelos pais do volante tricolor, foi um “tiro ao árvaro”. “Tive a felicidade de acertar mais um chute”, disse o camisa 5.

Na segunda etapa, o equilíbrio persistiu. Logo a seis minutos, a zaga paranista bobeou e Wellington Amorim fez o segundo dele na partida. Zetti apelou para a “arma secreta”, (nem tão secreta assim) sacou Wando e colocou Dinelson.

No primeiro lance do armador, ele lançou João Paulo, que foi atingido com violência por Andrezinho. O lateral do Ceará foi expulso. Era a hora de definir o jogo. Mas quem marcou foi o time visitante. Aos 20 minutos, Geraldo lançou Preto em profundidade. O atacante deixou Dirley na saudade e venceu Ney. Gol da virada do Ceará.

Zetti partiu para o tudo ou nada, tirando o lateral Alex e o meia Bebeto para a entrada dos avantes Malaquias e Wellington Silva. E deu certo – aos 39, Davi cruzou na primeira trave e Wellington (em posição irregular) escorou para igualar mais uma vez a partida. E, apesar da pressão dos últimos minutos, ficou nisso, no jogo mais eletrizante da temporada na Vila Capanema.

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