Simulação é o segredo da Ferrari

Sakhir

– Um programa de computador que roda em qualquer laptop é o segredo da Ferrari para começar tão bem os finais de semana de GP, sem perder tempo na busca de acertos mirabolantes para seus carros. A equipe, há pelo menos seis anos, encostou os complicados simuladores eletromecânicos que viraram coqueluche na F-1 no início dos anos 90.

Trata-se de uma plataforma sobre a qual um carro de verdade é colocado, com suas rodas apoiadas sobre amortecedores hidráulicos. Os dados obtidos pela telemetria na pista são enviados à fábrica e o simulador reproduz os movimentos do carro na volta, incluindo ondulações do asfalto.

O problema é que tal simulação não leva em conta variações no peso do carro com o gasto de combustível, desgaste de pneus e fatores aerodinâmicos. Foi isso que a Ferrari procurou compensar com seu software que contempla todos os parâmetros sem que seja necessário usar um carro-fantasma na sede. Despejam-se no computador os dados obtidos na pista no ano anterior, por exemplo, e o programa cruza as informações com as características específicas do carro. Daí se chega a um acerto inicial que, em geral, é muito próximo do ideal.

Não por outro motivo, Michael Schumacher quebrou o recorde de Melbourne na sua segunda volta rápida do primeiro treino livre para o GP da Austrália.

Outras equipes dispõem de sistemas mais sofisticados. A McLaren, por exemplo, usa simuladores de computador que possuem mapas tridimensionais de cada circuito. A Ferrari, não. Seus mapas são bidimensionais. “Quanto mais complicadas são as respostas do computador, fica mais difícil de entender qualquer coisa”, disse um técnico de Maranello à revista italiana “Autosprint” desta semana.

A primeira sessão de treinos livres no circuito barenita tem início marcado para as 11h locais, 5h de Brasília. Schumacher lidera o campeonato com 20 pontos, seguido por seu companheiro Rubens Barrichello, com 13. Desde setembro do ano passado que a Ferrari não perde uma corrida na F-1.

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