Santos já tem planos para “dominar” o brasileiro

Santos – Com a queda de qualidade do Cruzeiro, atual campeão brasileiro, após a saída de Alex e de outros importantes titulares, e a falta de iniciativa dos clubes mais fortes de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, o campo está aberto para o Santos ser, dentro de pouco tempo, o melhor time da temporada e o favorito para o título nacional.

As principais etapas do projeto já foram ultrapassadas com sucesso e agora estão faltando mais alguns reforços – um zagueiro experiente, um volante de contenção e um atacante -, a dispensa dos poucos jogadores que estão treinando para nada, sem perspectiva de serem aproveitados e melhorar o condicionamento físico de alguns atletas.

O forte Santos que está surgindo, bem como aquele que conquistou o título nacional de 2002, não é resultado de um projeto pensado, mas obra do acaso. Embora o time não estivesse repetindo a campanha do ano passado no campeonato brasileiro e dava mostras de fragilidade na Copa Libertadores da América, a diretoria não pensava em dispensar Leão, que só saiu porque se sentiu traído na dispensa do goleiro Doni e do centroavante Robson, o Robgol.

Chegou Vanderlei Luxemburgo e com ele o modelo que deu certo no Cruzeiro, ano passado. De saída, o técnico percebeu que não iria ter um jogador igual a Alex, mas poderia contar com Robinho, um talento diferenciado, mas que ainda precisa melhorar em alguns fundamentos. Ricardinho, o articulador que quase todos os grandes gostariam de ter, o sempre eficiente Léo, mais ponta do que lateral, além do versátil Elano, que agora vem jogando – e bem – como terceiro atacante, e o artilheiro Deivid.

Se Diego permanecer, o que parece difícil, vai ter que se acostumar a jogar mais adiantado, perto de Robinho e Deivid e melhorar o seu rendimento ofensivo. Com a sua entrada, Preto Casagrande, que ainda procura se firmar como titular, é quem mais corre o risco de perder o lugar no time. Para o ataque, Luxemburgo ainda tem no banco dois jogadores mais do que úteis: o veterano Basílio, que entra sempre no segundo tempo, quando o adversário já está cansado, para infernizar a zaga adversária, e o meia Marcinho, de 23 anos, 1m74, descoberto no CRB, e que, em alguns momentos, chega a lembrar Robinho pela ousadia com que parte para os dribles e invade a área em velocidade.

Os problemas de Luxemburgo estão na defesa. Para a lateral-direita, o titular é o razoável Paulo César. Flávio é reserva para as duas laterais. Quando Léo não pode jogar, Paulo César vai para a esquerda e Flávio fica na direita. Na zaga, a esperança é que Cristiano Ávalos, agora melhor preparado, confirme o bom futebol que mostrou em duas temporadas no Paraná Clube, para ser o líder do setor. Por ser um zagueiro técnico, jogará na sobra. A dúvida é quem vai jogar ao seu lado. Embora seja um dos mais antigos titulares do time, André Luís não é o tipo de zagueiro que agrada ao técnico, por não ter regularidade.

Tem sido comum André fazer uma jogada brilhante e em seguida falhar feio, além de se expor demais quando parte para o desarme e comete faltas violentas, podendo ser expulso e deixar o time em dificuldade a qualquer momento. Suas vantagens: tem 1m92 de altura, nove centímetros mais alto que Ávalos, cobra bem faltas de meia distância e tem bom aproveitamento nas bolas altas, quando vai para a área adversária, nas cobranças de escanteios e faltas laterais.

“Além do Ávalos, tenho dois bons garotos: Domingos, que está na seleção sub-20 (vai disputar a Milk Cup, na Dinamarca). Entrou numa emergência (substituiu Pereira) e vinha se firmando. O importante é que, embora garoto, vai sempre com mais fome na bola. Para ele, não há lance perdido. Ganhando confiança, pode perfeitamente ser titular. E o Leonardo, um zagueiro alto e muito técnico, que ainda precisa ser melhor preparado”, analisa Luxemburgo.

Pereira tem poucas chances de voltar a ser aproveitado porque os próprios dirigentes do clube lembram mais de suas falhas recentes do que de suas virtudes. Além disso, a sua expulsão no começo do clássico contra o Palmeiras, na Vila Belmiro, foi a chave para o adversário golear por 4×0, na maior derrota sofrida por Vanderlei Luxemburgo até agora na sua volta ao Santos. E essa não é uma boa recordação para Pereira.

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