René quer a torcida em peso no Couto

O técnico René Simões já avisou que quer 25 mil torcedores na balada de sexta-feira à noite no Couto Pereira. Isso mesmo. Após a reabilitação diante do Remo, o Coritiba enfrenta o Brasiliense tentando provar que, a partir de agora, é vida nova na Segundona. Por isso, o treinador está conclamando a galera alviverde para jogar junto com o time. Não é para menos. Uma vitória sobre o Jacaré pode valer até a liderança ou mesmo uma volta para o G4 da Série B. No momento, com os resultados de sábado, o Coxa caiu para a quinta colocação na competição.

?Eu quero ver 25 mil pessoas no Couto, eu quero estádio lotado. A torcida é nossa e nós não podemos ficar com esse negócio de não querer o torcedor no estádio porque atrapalha, isso não existe?, pede o treinador. No entanto, ele mesmo avisa que o torcedor pode atrapalhar se começar a vaiar aos cinco minutos, logo nos primeiros erros. ?Contra o São Caetano, o torcedor tinha razão porque o time fez dez minutos horrorosos, mas eu prefiro que eles joguem com o time. Depois, se perdeu, vaia na saída?, diz René.

Para ele, é hora de time e torcida se unirem em torno da busca pela vaga na Série A do ano que vem. ?Vamos fazer o que o Grêmio está fazendo com o time dele, vamos fazer o que o Internacional fez.

O Inter perdeu três jogos e contra o Cúcuta estava o estádio lotado?, compara.

Na visão dele, somente com o apoio da torcida é que o Coritiba vai subir. ?Se não dá ainda para fazer o jogo que eles querem ver, bonito e gostoso, que a gente tenha a luta que tivemos contra o Remo?, promete.

Apoio a caminho

Se depender de alguns segmentos organizados da torcida, o apoio virá. No sábado, a Império Alviverde, os Coxanautas, a ONG Coritiba, Coxa Metal e o pessoal do Orkut se reuniram para lançar a campanha ?Vamos voltar, Coxa!?. Esta semana, eles deverão lançar um manifesto pedindo um pacto entre torcedores e a equipe, além de pedir que os dirigentes dêem boas condições de trabalho ao elenco e comissão técnica e exigir que o conselho deliberativo cobre da gestão Giovani Gionédis as promessas de campanha.

Números

Para que o pedido de René seja atendido, será necessário superar em muito a atual média de público no Alto da Glória. Até aqui, em duas partidas, 20.457 pessoas pagaram ingresso para ver o Alviverde. No ano passado,

a média ficou em 11 mil por jogo e somente uma vez mais de 25 mil pessoas foram ao Couto, na partida contra o Atlético-MG, quando mais de 28 mil torcedores entraram no Couto Pereira.

Mesmo com a vitória sobre o Remo e a reabilitação na Segundona, os jogadores já começaram a trabalhar para a partida contra o Brasiliense. Na avaliação de René Simões, o Coritiba precisa projetar as jogadas futuras. ?Tem uma coisa com os meus times que eu chamo de três pés. O passe, o passo e a próxima jogada.

O nosso time passa e pára, que pode até ser dois pés?, constata. Por isso, ele quer o que o time passe a bola, avance em direção ao gol

e já saiba qual será a próxima jogada. ?Vamos ter que trabalhar para chegar numa equipe que joga por música?, aponta.

Será que dá? ?Eu acho que tem qualidade para fazer isso, mas eu só vou poder garantir isso depois que trabalhar com os jogadores?, avisa. E o primeiro desafio de René será encontrar a formação ideal da equipe. Até aqui, o Alviverde não repetiu a formação uma vez sequer. Nem o comando técnico, que já vai para o quarto treinador após as passagens de Gilberto Pereira e Guilherme Macuglia e o interino Edison Borges em 34 jogos na temporada.

Mais surpreendente é o número de jogadores utilizados. Até aqui, nas mesmas 34 partidas, o clube mandou a campo 48 atletas e deve estrear mais gente pela frente. O lateral-direito Gilberto Flores cumpre suspensão, mas não vê a hora de vestir a camisa alviverde pela primeira vez. E a diretoria já anunciou que, se precisar, monta mais um time. No ano passado, o clube utilizou mais de 50 jogadores (sem contar a equipe B) e não conseguiu os resultados esperados.

René quer um time que jogue por música

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