O Coritiba já está atraindo as atenções do futebol brasileiro. A quarta posição faz os adversários e a grande imprensa acompanharem a campanha alviverde com mais cuidado. Só que neste domingo vai acontecer a ?estréia? do Cori aos olhos dos críticos. Ao vivo, eles verão os comandados de Paulo Bonamigo contra o Santos, na Vila Belmiro. E dessa partida poderá se ter a impressão “oficial” da principal surpresa do campeonato brasileiro.
Antes, o chamado intruso na lista dos favoritos (Cruzeiro, Santos, São Paulo) era o Internacional. Mas a permanência do time gaúcho entre os primeiros colocados desde o início do Brasileiro já tirou a pecha de surpresa ao jovem time treinado por Muricy Ramalho. Aí entra o Coritiba, que inclusive passou o Inter na rodada do final de semana, e que está a apenas quatro pontos do líder.
E mesmo que já tenha enfrentado quatro dos seus sete concorrentes diretos (Cruzeiro, Inter, Atlético-MG e São Caetano), e de ter enfrentado o Flamengo no Maracanã, é nesta 16ª rodada que o Cori vai jogar pela primeira vez no estado de São Paulo, enfrentando o clube ?xodó? dos torcedores e da imprensa brasileira. Para vários jornalistas, Santos x Coritiba é o principal jogo da rodada. E, pela classificação das equipes, é mesmo.
Para o treinador coxa, ainda há desconfiança por parte do eixo Rio-São Paulo, e nada melhor que vencer o Santos para acabar com ela. “Sabemos que o jogo será um parâmetro para as pessoas de fora, porque aqui se valoriza muito o nosso trabalho. Acho que a equipe está preparada para vencer o Santos e mostrar sua qualidade para todo mundo”, explica o treinador.
É também o momento de mostrar a maturidade do elenco. Quando enfrentou adversários de “camisa” fora de casa no ano passado, o Cori penou – perdeu para o São Paulo no Morumbi e para o Vasco em São Januário, e empatou com o Palmeiras no Parque Antártica. Este ano, a vitória sobre o Atlético-MG no Mineirão provou que, mesmo com um elenco muito semelhante ao de 2002, a história é diferente. “Os jogadores estão mais conscientes, e essa manutenção foi fundamental”, concorda Reginaldo Nascimento.
E isso passa pelo comando. Bonamigo está no clube há treze meses, sendo hoje o técnico da primeira divisão há mais tempo no cargo. “E não foi só ele, toda a comissão foi mantida, e os resultados foram aparecendo”, diz Nascimento. Foi o treinador que conseguiu vencer a resistência e colocar Jackson na ala-direita, e o exemplo do meio-campista animou o elenco. “Pode ser que isso tenha ajudado, porque cada jogador tem que fazer sua parte, mesmo que não seja na posição de origem”, admite o armador.
Bonamigo acredita que a conquista do título paranaense foi decisiva para esse amadurecimento. “Um título faz o grupo se conscientizar que vai precisar fazer mais e mais a cada dia. E para um elenco jovem como o do Coritiba isso é fundamental”, comenta o treinador, que confia muito em seus pupilos. “Hoje eu posso dizer que o Coritiba tem um grupo vencedor”, finaliza.
Bonamigo pode arrumar outro “médio-ala”
Após o jogo contra o Santos, o Coritiba perderá Adriano – ele se apresenta segunda ao técnico Ricardo Gomes. E, com o lateral, o Cori perde também uma importante arma ofensiva, que até há pouco era a única válvula de escape alviverde. E, para arrumar a casa a partida do jogo contra o São Paulo, o técnico Paulo Bonamigo já está pensando em quem será o substituto.
Em tese, a discussão terminaria rapidamente, já que Leandro foi contratado junto ao Malutrom justamente para suprir a ausência de Adriano quando ele fosse chamado para as seleções de base. Mas o mau rendimento do jogador quando entrou na equipe titular faz o técnico pensar em variações táticas.
O treinador pode até imaginar um ?médio-ala? (como ele mesmo chama) na esquerda. A iniciativa de colocar Jackson na direita deu certo, e Bonamigo confirma que pode usar da mesma estratégia. “Quem sabe a gente encontre alguma solução diferente”, desconversa.