Polonês lidera a Fórmula 1

A Guerra Fria já terminou, o Muro de Berlim caiu há quase 20 anos, mas não deixa de ser engraçado observar que quando nasceu o novo líder do Mundial de Fórmula 1, o campeonato que tem os carros mais caros e sofisticados do mundo, as ruas de seu país eram povoadas por Ladas, Yugos, Warszawas, Skodas, Trabants e Wartburgs.

Esses eram apenas alguns dos veículos produzidos no Leste Europeu em dezembro de 1984, quando Robert Kubica veio ao mundo na Cracóvia, Polônia – que vivia ainda sob regime comunista e influência da extinta União Soviética.

Ontem, num BMW Sauber fabricado na Suíça com tecnologia alemã, Kubica tornou-se o primeiro polonês a vencer um GP na história. Foi um domingo perfeito para a turma azul-e-branca em Montreal, numa corrida imperfeita para muita gente, em especial aqueles que ocupavam as duas primeiras posições no campeonato, Lewis Hamilton, da McLaren, e Kimi Raikkonen, da Ferrari. O inglês, numa das mais incríveis barbeiragens dos últimos anos, não viu a luz vermelha na saída dos boxes após seu primeiro pit stop e bateu na traseira da Ferrari do finlandês, que esperava o sinal abrir. Lewis era o líder da corrida quando fez a parada nos boxes, sob safety-car. O inglês foi punido com a perda de dez posições no grid da próxima corrida, na França, assim como Nico Rosberg, que também bateu.

Com os dois fora de combate, Kubica, que largara bem, tinha uma tática de duas paradas e sustentava a segunda colocação, só teve de se preocupar, dali em diante, com o companheiro Heidfeld, que viera lá de trás com uma estratégia diferente da sua – faria apenas um pit stop. Recuperou a posição na pista, conseguiu voltar à frente do alemão depois da segunda troca de pneus e fez a festa.

Massa

Foi uma das melhores corridas da carreira de Felipe Massa, em que pese o resultado final, apenas um quinto lugar. Mas esse ?apenas? é uma maldade. O brasileiro teve sua prova comprometida por um defeito no equipamento de reabastecimento no primeiro pit stop. Uma conexão quebrou e nem uma gota de gasolina entrou em seu tanque. Ele teve de parar de novo e caiu para o último lugar. Isso na 21.ª volta.

A partir daí, foi uma tarefa duríssima recuperar as posições. E a maior parte delas ele conseguiu na pista, incluindo uma ultrapassagem dupla sobre Barrichello e Kovalainen, no fim da prova, que vai entrar para a antologia do GP do Canadá. ?Ele fez uma corrida fantástica?, elogiou Luca Baldisseri, diretor-técnico do time italiano.

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