Pensei que ia morrer, diz o meia-atacante Valdivia

O meia-atacante Valdivia, do Palmeiras, afirmou hoje, na Academia de Futebol, que ainda não conseguiu esquecer a imagem do sequestrador que o fez de refém durante três horas há uma semana. O jogador e sua mulher sofreram um sequestro-relâmpago, quando estavam em uma loja na avenida Sumaré.

“Fiquei muito abalado da semana passada até hoje. Eu fecho os olhos e vem na minha cabeça a imagem da pessoa que sequestrou a gente. Ele apontou a arma na cabeça da minha mulher e na minha cabeça”, declarou Valdivia, que reconheceu o sequestrador ontem. “Foram três horas de terror. A gente não sabia se o sequestrador ia me matar. O sequestrador ameaçou várias vezes tirar a vida minha e da minha mulher”, acrescentou.

O jogador afirmou que se sentiu impotente, principalmente ao saber que sua mulher foi tocada pelo sequestrador. “Quando desci do carro ele pegou nos peitos da minha mulher, tocou. Eu não sabia porque estava pegando dinheiro. Só fiquei sabendo no Chile. Só quem viveu isso para dizer, para explicar o quanto difícil é. Dá uma impotência muito grande”, declarou.

Futuro

Valdivia afirmou que ainda não definiu seu futuro. “A minha obrigação por mais que eu esteja sofrendo e por mais que eu queira fazer outras coisas é vir aqui porque sou funcionário do clube. Tenho que sentir até quando consigo aguentar ficar longe dos meus filhos”, disse.

“Não quero prolongar a minha decisão. O Palmeiras e o treinador merecem respeito”, acrescentou o jogador que contou detalhes do sequestro que sofreu. O Palmeiras ofereceu uma psicóloga e um segurança para dar suporte ao atleta. O gerente de futebol do clube, César Sampaio, também abriu a possibilidade do meia viajar ao Chile mais vezes durante o ano para ver a família.

“A ideia de ir para o Chile seria boa, mas é muito sacrificante já que são mais de três horas de viagem. Já tenho hora marcada com a psicóloga. Com certeza vai ajudar para me acalmar”, disse. Valdivia afirmou que sua esposa não queria que ele retornasse ao Brasil. “Ela pediu sim, pediu para eu ficar, mas sabia que eu tinha que vim já que tenho contrato e precisava conversar com o Palmeiras e fazer o B.O”, contou.

“A decisão dela foi ir embora e não voltar mais. Ela foi embora pela segurança dos nossos filhos. Ainda está tudo muito recente. Está difícil convencer minha mulher de voltar”, completou.

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