Pelé alerta pro já-ganhou do Brasil na Copa da Alemanha

Depois de explicar detalhes do convênio com o Hospital Pequeno Príncipe, Edson Arantes do Nascimento falou sobre o que mais gosta. Pelé alertou contra o salto alto da Seleção Brasileira na Copa, desdenhou do racismo no futebol e menosprezou as comparações com Ronaldinho Gaúcho.

Para o Atleta do Século, o clima de favoritismo absoluto da Seleção na Copa da Alemanha é um desafio a ser superado. Ele diz que todas as equipes que largaram como ?bichos-papões? nos mundiais saíram derrotadas. ?A Itália tem um timaço, a Argentina deve ser sempre respeitada e Alemanha joga em casa. Não se pode sair com esse clima de já-ganhou, tem muita coisa pela frente?, falou.

De qualquer forma, Pelé classifica a seleção atual como a melhor já formada no País desde aquela que integrou em 1970, junto com a de 82. ?A grande vantagem da seleção atual é ter 22 jogadores do mesmo nível. Podemos montar três times de alto potencial. Veja o Juninho Pernambucano, por exemplo. É o melhor jogador da França, mas apenas o terceiro reserva na seleção?, lembrou.

Mesmo assim, Pelé não reconhece as comparações com o grande craque da seleção de 2006. Questionado sobre a declaração de Cafu, que colocou Ronaldinho Gaúcho no mesmo patamar que Pelé, o rei não perdeu a majestade. ?Não vi a entrevista, mas acho que o Cafu quis fazer uma comparação momentânea, citando a grande fase do Ronaldinho. Tenho certeza de que ele não quis dizer que Ronaldinho é igual ou melhor que Pelé?, falou.

Um dos comentários mais surpreendentes foi a respeito do racismo no futebol. Enquanto leis são criadas no Brasil e no mundo contra a discriminação racial, Pelé classificou o assunto como ?bobagem?. ?Vou responder o mesmo que na Alemanha e na Austrália, quando fui questionado. Não dá para dizer que no futebol tem droga, tem racismo. Futebol é família, conflitos existem na política e em outros meios. É uma bobagem, não se pode dar atenção para isso?, disparou. Para ele, episódios racistas eram mais freqüentes em sua época de jogador, sem que houvesse repercussão. ?Aconteceu 500 vezes. Na Argentina, sempre chamavam de macaco e negro sujo e depois do jogo saíamos juntos?, falou o conformado Pelé.

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