Paranaense na equipe de ginástica rítmica do Brasil

Depois da badalada ginástica artística, que trouxe resultados um tanto decepcionantes, chega a vez de a ginástica rítmica brasileira mostrar serviço em Pequim. Uma paranaense de 19 anos está entre as seis atletas que a partir de hoje representam o País nos Jogos, com o objetivo de chegar à final por equipes.

Alvoroço garantido no oeste do Paraná a partir das 9h30 (Brasília), quando começa a competição por equipes a final acontece no domingo de manhã. Nicole Müller, nascida e criada em Toledo, fez parte da equipe brasileira que ganhou três ouros no Pan-2007 e tenta agora ficar entre as oito melhores do mundo.

Nicole deu os primeiros passos no esporte aos 9 anos. A mãe, Sônia, conta que a ginástica rítmica foi uma alternativa ao balé, ao qual a menina não se adaptou. “Ela era muito moleca. Uma amiga comentou sobre a GR, e como a Nicole tinha aptidão e boa flexibilidade, gostou bastante”, conta a mãe.

Também contou o fato de o esporte ser difundido em Toledo, que até o ano passado tinha outras duas atletas na seleção – Ana Paula Scheffer e Angélica Kvieczynski, que não se classificaram para a competição individual em Pequim.

O que seria apenas uma atividade física virou coisa séria, e com as primeiras conquistas Nicole, que tem patrocínio da empresa Sadia, ganhou uma chance na seleção brasileira.

Aprovada no teste, a então adolescente de 14 anos fez as malas e mudou-se para Londrina. Um ano e meio depois, em maio de 2005, a equipe brasileira passou a treinar em Vitória (ES).

Desde então a casa da garota tem sido o alojamento da seleção, com exceção das férias no Paraná. “Tenho sorte de ter amigas queridas e ‘anjos’ capixabas que me acolheram bem. É como se tivesse duas famílias”, contou a atleta, antes de embarcar para Pequim.

A dura rotina de treinos no Espírito Santo ficou mais intensa depois da classificação do conjunto brasileiro no pré-olímpico da Grécia, em setembro de 2007. Nicole teve que trancar a faculdade de Ciências Contábeis – mesma profissão dos pais – para se preparar melhor para os Jogos.

Em Pequim, a toledana participa apenas da competição por equipes, ao lado de Daniela Leite, Luana Faro, Luisa Matsuo, Marcela Menezes e Tayanne Mantovaneli.

As apresentações com arcos, maças, fitas e cordas serão embaladas por ritmos brasileiros, como bateria das escolas de samba do Rio de Janeiro, canções de Clara Nunes, Chico Science e Daniela Mercury. As brasileiras vão tentar a sorte na prova individual.

Se na ginástica a expectativa de medalha parece ter pesado, a equipe da GR terá menos responsabilidade. A meta é chegar à final, destinada aos oito melhores classificados entre os 12 países participantes. Em Atenas-2004, o Brasil ficou em nono. “Elas são realistas e sabem que não há chance de medalha”, conta a mãe de Nicole.