Ninguém quer

Principais candidatos a assumir o futebol do Paraná não devem fazer propostas

Sérgio Malucelli tem contrato com o Londrina até o final de 2020 e vê isso como um entrave pra participar da licitação do futebol paranista. Foto: Gustavo Oliveira/Londrina Esporte Clube

A quinta-feira (26), que poderia ser um dia de grande importância no Paraná Clube, deve terminar sem a definição que torcedores e dirigentes tanto esperam. Na data, o Conselho Deliberativo do Tricolor aguarda receber propostas de interessados em gerir o departamento de futebol do clube.

O arrendamento foi uma solução vista para que a crise financeira que se arrastou durante toda a temporada seja solucionada. Porém, os dois candidatos especulados como possíveis interessados – Sérgio Malucelli e Eduardo Uram – não vão apresentar concorrência.

A expectativa é grande para que um ‘salvador’ possa dar uma nova esperança ao Paraná Clube. Até porque a diretoria depende disso para dar andamento ao planejamento de 2020. Porém, existe uma grande chance de que ninguém apresente propostas.

Figuras conhecidas no futebol brasileiro, os dois empresários, inicialmente apontados como ‘nomes fortes’ à concorrência, foram procurados pela Tribuna do Paraná/Gazeta do Povo, nesta quarta-feira (25), e ambos afirmaram que não farão oferta.

Eduardo Uram disse que não tem nenhuma intenção de comandar o futebol paranista. Além de negar qualquer interesse, ressaltou que sequer demonstrou disponibilidade em qualquer parte desse processo. “Nunca estive envolvido nisso”, falou.

Já Sérgio Malucelli explicou à reportagem que existem questões legais que o impedem de fazer uma proposta. “Já tinha comunicado ao juiz da Justiça do Trabalho (José Wally Gonzaga Neto) e ao Leonardo (Oliveira, presidente do Paraná) que não participaria da licitação, até porque tenho contrato vigente com o Londrina”, esclareceu. O vínculo de Malucelli com o Tubarão vai até o final de 2020.

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Existe ainda a chance de que outro empresário compareça para tentar arrendar o futebol tricolor, mas a grande probabilidade é de que não haja propostas. Caso isso ocorra, restará ao time paranista encontrar novas possibilidades para levantar fundos e não deixar a situação se agravar ainda mais. A possível indefinição também acarretará com um atraso ainda maior no planejamento da próxima temporada.

Atualmente, o elenco conta apenas com 13 jogadores e não tem, oficialmente, um técnico. O grupo se reapresenta no dia 2 de janeiro.

Entenda o caso

Com grandes dificuldades de honrar com os pagamentos de atletas e funcionários, uma saída encontrada pela diretoria paranista foi disponibilizar o departamento de futebol como um negócio. Para isso, foi aberta uma concorrência pública na Justiça do Trabalho a fim de definir quem vai mandar ‘na bola’ do clube.

O prazo para propostas se encerra às 12h desta quinta, e o vencedor – escolhido pelo Conselho nesta mesma data com base no maior valor oferecido – precisará depositar, de imediato, R$ 2,3 milhões, que serão utilizados para o pagamento de salários atrasados.

Os débitos variam de acordo com cada atleta e há casos isolados de falta de pagamento ainda do mês de julho. Os valores referentes a férias e 13º também não foram quitados.

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