Até o fim?

Matheus Costa pode quebrar marca no Paraná se ficar no comando até o fim do ano

Matheus Costa começou a Série B no comando do Paraná. Foto: Hedeson Alves

Técnico do acesso do Paraná Clube de 2017, Matheus Costa terá uma missão que poucos treinadores conseguiram ao longo das participações na Série B do Campeonato Brasileiro: começar e terminar a competição nacional à frente do time. Desde 2008, quando voltou para a segunda divisão, somente o técnico Dado Cavalcanti, em 2013, conseguiu o feito, mas não foi sinônimo de sucesso em campo. Isto porque o Tricolor, apesar de chegar próximo de uma das vagas na Série A do ano seguinte, não conseguiu voltar à elite naquela temporada.

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De lá para cá, a dança das cadeiras no comando técnico do Paraná foi constante. Matheus Costa, na sua segunda passagem pelo clube, é o 21º treinador do Tricolor desde 2014. Uma média de quase quatro mudanças por temporada. Esses números, inclusive, são sintomas do insucesso do time paranista nas outras edições da Série B e na Série A do Brasileirão do ano passado.

Em 2013, quando Cavalcanti conseguiu conduzir o time do começo ao fim da Segundona, o Paraná Clube ficou no quase. Chegou até as rodadas finais com chances de acesso, mas terminou na 8ª colocação, a três pontos do Figueirense, primeiro time do G4 na classificação. No entanto, naquele ano, o Tricolor conviveu com inúmeros problemas financeiros e que acabaram influenciando diretamente na produção da equipe dentro de campo.

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Nas edições seguintes, o Paraná seguiu sofrendo com problemas nas suas finanças e os atrasos nos salários dos jogadores também refletiram diretamente nos resultados em campo. Sem poder fazer grandes contratações, diversos treinadores acabaram passando pelo comando. Em 2014, por exemplo, Milton Mendes, Ricardo Drubscky, Claudinei Oliveira e Ricardinho foram os técnicos paranistas.

No ano seguinte, o Paraná iniciou com Luciano Gusso. Depois, apostou na experiência do técnico Nedo Xavier. Na sequência, na juventude de Fernando Diniz, e terminou o ano com o interino Fernando Miguel. O ano de 2015 foi marcado por uma grave crise política, que culminou com a renúncia do então presidente Rubens Bohlen. O clube passou, então, a ser comandado pelo grupo intitulado ‘paranistas do bem’, que tinha como um dos seus líderes Leonardo Oliveira, eleito para assumir o cargo.

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O atual mandatário do Paraná, no entanto, encontrou muitas dificuldades no seu primeiro ano de gestão. Seguiu pagando contas e, com dificuldades financeiras, não fez uma boa temporada. Em 2016, foram três treinadores: Claudinei Oliveira, Marcelo Martelotte e Roberto Fernandes.

Nem mesmo em 2017, quando conseguiu o acesso, o Paraná Clube se livrou da troca constante de treinadores. O time começou com Wagner Lopes no comando, que passou para Christian de Souza e chegou até Lisca. O treinador deu um novo rumo ao Tricolor naquele ano, mas acabou brigando e saindo no braço com membros da comissão técnica e foi demitido. Um desses integrantes era Matheus Costa, que assumiu, primeiro, de forma interina, mas foi efetivado e, com uma boa campanha no segundo turno da Série B, chegou ao tão sonhado acesso à primeira divisão.

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Depois do fracasso no retorno à primeira divisão em 2018, Costa foi chamado neste ano para substituir Dado Cavalcanti, demitido após a má campanha do time no Campeonato Paranaense. Durante as primeiras oito rodadas, o treinador ganhou a confiança do grupo, mas chegou a ser questionando e cobrado de forma mais dura pelo torcedor. As duas últimas vitórias antes da parada para a Copa América contra Coritiba e Operário, no entanto, deram o fôlego que o comandante precisava para seguir com seu trabalho e, quem sabe, ser o segundo técnico a iniciar e terminar a segunda divisão à frente do time. De preferência, com o acesso à primeira divisão garantido.