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Arrancada é fundamental pro Paraná Clube sonhar com o acesso

Lúcio Flávio lamenta o gol perdido contra o Paysandu, gol que faria tremenda diferença na classificação. Foto: Hugo Harada
Lúcio Flávio lamenta o gol perdido contra o Paysandu, gol que faria tremenda diferença na classificação. Foto: Hugo Harada

Terminado o turno da Série B, entra em campo o 21º participante da competição – o time dos matemáticos. A partir de agora, as contas e as probabilidades farão companhia para os torcedores, que lá na reta final terão também a companhia das calculadoras. E para conquistar o acesso, o Paraná Clube terá que superar o próprio histórico na Segundona e a desconfiança dos matemáticos.

Nono colocado com 26 pontos, o Tricolor está distante do G4 – o Atlético-GO, com um jogo a menos, tem seis pontos de vantagem. De qualquer maneira, é necessária uma arrancada para se reaproximar das primeiras posições. No turno aconteceu, deixando a equipe a um ponto do quarto colocado, mas as cinco partidas sem vencer (incluindo três empates em casa) tiraram o time do rumo.

E é isso que os matemáticos incluem em seus cálculos, tão complextos que não dá pra explicar aqui. Segundo o departamento de matemática da Universidade Federal de Minas Gerias (UFMG), que realiza probabilidades das Séries A e B desde 2005, o time paranista tem apenas 8,2% de chances de subir para a Primeira Divisão.

“Com os jogos já registrados no campeonato conseguimos traçar o perfil de cada time como mandante e como visitante. Esse perfil é feito através de simulações entre todas as partidas. Nós fazemos 1 milhão e meio de projeções através de um software”, explica o matemático e professor da UFMG, Glicione Costa.

O especialista afirma que nada impede que cada clube vá alterando suas probabilidades conforme os resultados aparecem. “É matemática. No caso do Paraná, por exemplo, significa que em 12 campeonatos apenas um time com a campanha atual da equipe conseguiria o acesso. Os números são um diagnóstico atual e não uma previsão do futuro. Em 2009, o Fluminense tinha 99% de chances de cair e não caiu na Série A”, lembra o matemático.

O departamento da UFMG também calcula a probabilidade de acesso através do número de pontos conquistados, o tal “número mágico”. Na Segundona deste ano, quem conquistar 63 pontos terá 99,3% de chances de estar entre os quatro melhores.

Na comparação com as equipes que conquistaram o acesso desde 2006 – ano em que a Série B passou a ser disputada por 20 clubes – a menor pontuação necessária do quarto colocado foi a do Vitória. Em 2007, os baianos fizeram 59 pontos.

Segundo Costa, o clube que chegar a essa pontuação tem 77% de probabilidade de acesso. Para alcança-la, o Tricolor teria de somar 33 pontos – o equivalente a 11 vitórias em 19 jogos. Já para o clube que atingir 69 pontos, o acesso é 100% garantido.

O Tricolor estreia sua caminhada no segundo turno da Segundona apenas no dia 19, contra o Brasil de Pelotas, na Vila Capanema.

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