Paraná mantém ritmo e segura a lanterna

O alívio foi momentâneo e não durou três dias. O revés no Rio de Janeiro, derrubando todos os tabus de invencível no Maracanã, devolveu o Paraná Clube à sua cruel realidade. Até mesmo o blábláblá dos vestiários foi idêntico ao que se ouviu após derrotas anteriores. E não foram poucas. O Tricolor já perdeu 15 jogos neste Brasileirão, dez deles fora de casa, onde tem um medíocre aproveitamento de 9,52%. O pior entre os 24 integrantes da Série A. Os números, por si só, já traduzem o momento do clube, que para não depender de um crescimento na condição de visitante, terá que vencer 9 dos 11 jogos que disputará em seus domínios.

Pior que isso. Os confrontos com concorrentes diretos acontecem, em sua maioria, fora de Curitiba. O time, mesmo sabendo que era “proibido” perder para o Flamengo, foi pouco vibrante e em nada lembrou a equipe aguerrida que goleara o Vitória no meio de semana. O Paraná terá, na seqüência, decisões contra Botafogo e Paysandu em “terreno inimigo” e só jogará em casa frente a Guarani e Grêmio. Se não administrar sua condição emocional e encarar os adversários de frente, não importando onde o jogo ocorra, o Tricolor estará fadado ao rebaixamento. No sábado, mesmo em um estádio “vazio”, o time deu espaços ao frágil Flamengo.

Os jogadores não sabem mais o que dizer. Cristian chegou a citar que o time “sentiu” o fato de jogar no meio da tarde, pois tem rendido mais quando os jogos ocorrem à noite… O calor é até justificativa para a lentidão, mas outra vez, nos raros momentos em que o Paraná avança em bloco, as finalizações são risíveis. Na maré que o clube atravessa, até Maranhão – o jogador mais objetivo do ataque – deixou o campo lesionado. Foi duramente atingido no joelho direito por Júnior Baiano, em uma jogada desleal, e o árbitro nem amarelo deu ao zagueiro, conhecido por suas entradas violentas.

Flávio e Aílton chegam hoje

A diretoria paranista – que mais uma vez bate na chata tecla da falta de dinheiro – espera “sair da lama” voltando atenções à Copa Sul-Americana. O presidente José Carlos de Miranda traçou comparativo com o próprio Flamengo, que vinha mal no Brasileiro, mas chegou à decisão da Copa do Brasil, com arrecadações expressivas. “Quem sabe nosso torcedor não nos dá uma resposta nesta quarta-feira, frente ao Santos, quando também iremos estrear reforços?”, disse.

O jogo é o primeiro do “cá-e-lá” na fase brasileira da competição sul-americana. Só que este desvio de foco é no mínimo preocupante. Por mais que a competição da Conmebol assegure uma verba por jogo realizado, o que mais importa no momento é impedir a “degola”. E no sábado, o time já terá novo desafio, frente ao perigoso Juventude. Uma verdadeira “sinuca de bico” para um time marcado pela fragilidade. Afinal, já são 50 gols sofridos, em 26 jogos… Para mudar o rumo da história, a diretoria anuncia ainda hoje as contratações do zagueiro Flávio e do meia Aílton, do São Paulo. Junto com Messias e Didi, são as novas “armas” do Tricolor. Os paranistas só torcem para que não seja tarde demais.

Esperança. Luxemburgo vem com o time reserva

Mogi Mirim –

O técnico Vanderlei Luxemburgo está preocupado com os seus jogadores.

Por isso, para a partida de quarta-feira, contra o Paraná Clube, pela Copa Sul-Americana, deverá escalar um time reserva. Luxemburgo não quer correr nenhum risco de perder algum atleta titular para a seqüência do Brasileiro -domingo, enfrenta o Cruzeiro, em Belo Horizonte.

“Meu pensamento, e a diretoria sabe disso, é priorizar o Brasileiro, sem menosprezar a Copa Sul-Americana. Mas eu não decido nada sozinho. Fazemos isso em reunião. A questão é que podemos perder algum jogador importante. Não quero cansar os meus jogadores. O que interessa é que não serão titulares ou reservas em campo, mas sim o time do Santos. Se eu tenho os jogadores cansados, eu preciso preservá-los e direcioná-los para o Brasileiro.”

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